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Fotógrafo Sebastião Salgado morre aos 81 anos

Além de célebre pela fotografia, também se engajou na luta pela preservação da Mata Atlântica

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 Maio 2025, 12h49 - Publicado em 23 Maio 2025, 12h21
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 (Renato Amoroso/Divulgação)
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Sebastião Salgado, renomado fotógrafo brasileiro, morreu nesta sexta-feira (23) aos 81 anos. Em entrevista ao The Guardian, em 2024, Salgado compartilhou que vivia sequelas de um problema sanguíneo devido a uma malária contraída na Indonésia.

Entre obras mais famosas estão as séries de fotografias “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis”, que resultaram em exposições internacionais e diversos prêmios.

Além da fotografia, Sebastião Salgado ficou conhecido por seu engajamento ambiental. Junto com sua esposa, a economista Lélia Wanick Salgado, fundou o Instituto Terra, dedicado à recuperação ambiental da Mata Atlântica no Brasil.

Sua morte foi comunicada pelo Instagram oficial do projeto. “Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos do nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, escreveu a postagem.

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A VEJA São Paulo conversou com o fotógrafo em maio 2024, na ocasião da abertura da exposição inédita “50 Anos da Revolução dos Cravos em Portugal”, que estava em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS). Confira alguns trechos da entrevista:

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Com mais de cinquenta anos de carreira, ainda há desejos a realizar na fotografia?

O fotógrafo é alguém que não se aposenta, ele vai até o fim fotografando. Estou com 80 anos. Mais dez, no máximo, estou desaparecendo, porque a gente morre entre os 80 e os 90. Então, agora estou trabalhando nos meus arquivos, porque, se eu não o fizer, outras pessoas o farão por mim. Acho que é a hora de começar a mostrá-los.

O que a fotografia representa para você hoje?

É muito interessante que hoje todo mundo imagina que está fazendo fotografia com os celulares. Na realidade, criamos uma nova linguagem de comunicação através da imagem que a gente captura nos nossos telefones. Mas fotografia é outra coisa (mais profunda).

Ela continua sendo o “espelho da sociedade”, como já definiu antes?

A fotografia oferece um recorte representativo da nossa sociedade. Existe um número de fotógrafos hoje que talvez não seja muito diferente do que existiu há vinte ou cinquenta anos. Então, eu acho que a fotografia continua cumprindo esse papel de ser a memória do corpo social do qual ela faz parte. Por exemplo, essa exposição (no MIS) é a lembrança do que eu vi em 1974, quando era um jovem fotógrafo, começando a minha carreira. Hoje, cinquenta anos depois, estamos eu e a minha esposa contando essa história. Para mim, é a demonstração mais clara dessa ideia da fotografia como espelho da sociedade.

Você se descobriu em depressão depois de tudo o que viu durante o trabalho que resultou em Êxodos. É possível fotografar o ser humano sem se envolver profundamente?

Não, não é possível. Você pode até encostar na superfície de uma ação e fazer um registro. Agora, fotografar mesmo, não. Para contar uma história, você tem que se integrar a ela. Em Portugal, por exemplo, eu gastei dois anos para fazer, tinha que ser meu lugar e eu tinha que ter uma identificação visceral com o que estava vivendo. A minha ideologia me levou a estar ali, e aquilo se transformou na minha história também. Esse envolvimento tem que existir nas histórias que você identifica como suas.

Confira a entrevista completa no site da Vejinha.

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