“Sinto que fiz tudo que podia”, diz Sari Corte Real sobre morte de Miguel

Sari foi indiciada pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte e, se condenada, pode pegar de 4 a 12 anos de prisão

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 jul 2020, 09h24 - Publicado em 6 jul 2020, 09h22
Sari Corte Real em entrevista ao Fantástico (Reprodução/TV Globo/Veja SP)
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Em entrevista ao Fantástico do último domingo (5), Sari Maiana Gaspar Corte Real afirmou que “fez tudo que podia” quando questionada se sente alguma culpa ou arrependimento pela morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. Ele caiu do 9º andar do prédio onde a mãe trabalhava como empregada doméstica, em Recife, no dia 2 de junho.

Sari foi indiciada pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte. Se condenada, ela pode pegar de 4 a 12 anos de prisão. “Eu sinto que eu fiz tudo que eu podia e, se eu pudesse voltar no tempo, eu voltava. Se eu soubesse que tudo isso ia acontecer, eu voltava e ainda tentava fazer mais do que eu fiz naquela hora”, afirmou ao programa da Rede Globo. 

Logo em seguida, ela disse o que faria de diferente na ocasião. “Esperava mais. Não sei, não sei dizer. Eu só sei que eu fiz, naquela hora, tudo o que eu podia. E, em nenhum momento, eu fiz nada prevendo o que aconteceu, em nenhum momento eu fiz nada prevendo o que aconteceu”, disse.

Sari disse ainda que não apertou o botão do elevador. “Não [apertou botão do elevador]. Eu só botei a mão, fazendo como se eu fosse acionar, para ver se eu conseguia convencer ele a sair. Se dessa forma, se ele achasse que ele ia ficar lá, ele fosse sair.”

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Ela foi questionada também sobre o motivo de não ter tirado o garoto do elevador. “Porque o maior contato que eu tive com Miguel foram nesses dois meses na pandemia e, todas as vezes que precisou ser chamada a atenção dele, todas as vezes, eu solicitava que ou a mãe ou a avó fizessem isso. Eu nunca me dirigi diretamente a ele para repreender ele em nada. Sempre a mãe ou a avó. Eu não me senti segura para isso”, disse.

“Até hoje eu estou aqui firme, porque muita gente depende de mim. E, se lá na frente, o resultado for esse [prisão], eu vou cumprir o que a lei pedir. Eu acho que está na mão da Justiça, não cabe a mim, não cabe à mãe de Miguel julgar, não cabe à sociedade. Cabe à Justiça. Eu vou aguardar o que a Justiça decidir”, afirmou Sari.

Mirtes, mãe de Miguel e ex-funcionária de Sari, disse esperar que a ex-patroa pegue a pena máxima. “Eu agora não tenho mais meu filho. Eu não tenho mais meu Neguinho por conta da irresponsabilidade dela, por conta da vaidade dela. Eu não tenho mais meu filho. Ela hoje tem dois filhos, graças a Deus. Eu não tenho mais nenhum para dar amor, carinho, atenção. Dar dengo como eu dava ao meu filho, dava tanto dengo ao meu neném. Que ela pegue a pena máxima. Eu tinha muitos planos, muitos sonhos, e todos eles incluíam meu filho e minha mãe. Infelizmente, tudo isso foi junto com meu filho no caixão e eu não parei ainda para replanejar minha vida. Porque o que eu quero realmente, o meu foco agora, é que se faça justiça pela morte do Miguel, que ela realmente pague pelo erro dela. Minha razão de viver agora é a justiça pela morte do meu filho”

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