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Qual é a São Paulo do futuro do arquiteto Pedro Mendes da Rocha

Projeto inclui desativação das marginais e requalificação do centro histórico

Por Pedro Mendes da Rocha
Atualizado em 28 nov 2025, 14h20 - Publicado em 28 nov 2025, 08h00
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Projeto de requalificação do centro, com inclusão de malha universitária: desenhos de Mendes da Rocha (Acervo Pessoal/Divulgação)
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São Paulo, 2065, uma cidade que, esplendidamente, se reinventou. Resiliente e inclusiva, a capital paulista oferece moradias dignas e bem localizadas para todos, servidas por uma rede de creches, escolas, universidades, hospitais e parques esportivos. O esvaziamento de conjuntos residenciais precários nas zonas periféricas, com suas populações reinstaladas em moradias de melhor qualidade e mais próximas dos centros, permitiu a criação de grandes áreas de lazer e de recomposição da mata nativa, aumentando em 30% a cobertura verde e permeável da cidade. O fato tornou possível restaurar o regime térmico de 100 anos atrás e resgatou a famosa garoa e a nítida definição das quatro estações do ano. Um colar de pequenas propriedades de cultivo de frutas, legumes e folhas para abastecimento da mancha urbana, implantado nas últimas décadas, garante uma distância confortável entre a produção e os centros de consumo, além de viabilizar milhares de postos de trabalho.

Um projeto na escala da metrópole possibilitou uma verticalização inteligente, na densidade e na altura, liberando o solo, agora público, para as transparências visuais e a porosidade da circulação de pedestres, espelhando-se na experiência exitosa das superquadras de Brasília. Edifícios particulares das últimas décadas foram instados a retirar suas grades e integrar suas propriedades com o piso externo. As residências particulares, resquício do modelo rural e anacrônicas numa localidade moderna, desapareceram, dando lugar a conjuntos habitacionais e seus equipamentos.

A recuperação da mata original, a desativação das marginais e o resgate dos rios Pinheiros e Tietê resultaram em uma reconstrução da paisagem e tornou possível um sistema de navegação pública urbana com barcas e áreas de lazer aquáticas. Também, os inúmeros rios, nascentes, córregos e veios d’água destampados, inseridos nas áreas de parque, colaboram para a qualidade da temperatura e umidade do ar e garantem a perfeita absorção das águas de chuva.

O Centro Histórico (Colina Histórica e Centro Novo), coração da metrópole, concentra uma alta densidade de habitações, as sedes do governo do estado e do município e uma “Univercidade” de São Paulo. Os edifícios e conjuntos tutelados pelos Órgãos de Proteção do Patrimônio Histórico e da Paisagem foram restaurados em sua totalidade graças à adequada ação da municipalidade. O transporte público equacionado em um circuito de bondes elétricos nos bairros, trens a céu aberto e redes de metrô, multiplicadas por vinte nos últimos anos, criam uma irrigação da malha urbana eficiente, evitando-se o uso de automóveis particulares.

Essa São Paulo, quinta metrópole do globo, considerada como uma das mais habitáveis do mundo, ao lado de Copenhague, Viena, Paris e Zurique, e que, como cidade de 15 minutos, junta-se a Paris, Ottawa, Melbourne e Barcelona, apresenta-se também como uma das poucas que implantou, de forma célere, a totalidade dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das edições de 2030 a 2060 da Agenda da ONU. Ela é, portanto, uma cidade que tem muito a ensinar ao planeta.

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Pedro Mendes da Rocha

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O arquiteto Pedro Mendes da Rocha (Paulo Cipisimage/Divulgação)

Pedro Mendes da Rocha é arquiteto, formado pela Universidade de São Paulo (USP) em 1987.

Desenvolveu a adaptação para uso museológico de espaços como o Museu da Língua Portuguesa, em parceria com o pai, Paulo Mendes da Rocha, e o Pavilhão das Culturas Brasileiras.

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Publicado em VEJA São Paulo de 28 de novembro de 2025, edição nº 2972.

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