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São Judas, ícone da rota do frango com polenta, em São Bernardo, está fechado

O destino da matriz do restaurante inaugurado em 1949 é incerto 

Por Mônica Santos
Atualizado em 12 nov 2018, 18h12 - Publicado em 5 jan 2016, 16h25
Frango à milanesa com polenta frita, do restaurante São Judas Tadeu
Frango à milanesa com polenta frita, do restaurante São Judas Tadeu (Ligia Skowronski/)
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No acesso à Avenida Maria Servidei Demarchi, em São Bernardo do Campo, uma placa sinaliza aos visitantes que a chamada Rota dos Restaurantes está por perto. Um pouco mais à frente, tem início uma sucessão de casas especializadas no prato que virou atração turística da região: o frango com polenta. É ali que funcionou por mais de seis décadas a matriz do São Judas Tadeu, que serviu sua última refeição no domingo (3). Nas redes sociais, a notícia de que o restaurante mais antigo e frequentado da rota fechou para “reforma e reformulação” vem comovendo clientes de diferentes gerações da região do ABC que passaram ali seus domingos em família — muitos deles, realizaram até mesmo a festa de casamento no local. 

Santa Demarchi, que faleceu em 1979, fez do frango com polenta uma instituição em São Bernardo. Seu sobrenome virou bairro e o menu, tão comum à mesa dos patrícios, o mote do restaurante São Judas, inaugurado por ela e o marido nem 1949 e batizado com o nome de seu santo de devoção. Com o tempo, a casa tornou-se o segundo maior restaurante do país (atrás somente do Madalosso, em Curitiba), com com 16 000 quadrados de área (6 800 deles destinados ao salão com capacidade para 4 000 comensais e o restante ao estacionamento com 800 vagas), foi alçada à condição de ponto turístico da cidade e tornou-se campeã invicta do prêmio de melhor frango com polenta de VEJA COMER & BEBER ABC, com sete troféus. Na época da última premiação, em maio de 2014, o São Judas chegava a preparar 1 tonelada de frango a cada semana. 

Restaurante São Judas Tadeu
Restaurante São Judas Tadeu ()

De acordo com Rafael Demarchi, sobrinho dos fundadores (seu pai, Albino Demarchi, é sócio da marca), a operação de manter o restaurante em atividade sempre foi muito cara. Como forma de garantir os lucros, a partir da década de 1980 os proprietários transformaram o local também em um espaço para shows. Isso não impediu que o restaurante fosse afetado pela crise econômica dos últimos meses. “Tivemos uma diminuição de 35% do público em 2015”.

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Nesse meio tempo, surgiu um grupo interessado em comprar o terreno ocupado pelo restaurante — por questões contratuais, a família Demarchi ainda não pode divulgar o nome do grupo e o valor da operação. Mas garante que vender foi um excelente negócio. “Foi uma decisão matemática. Tivemos de deixar o coração de lado e fazer as contas. Não faz mais sentido hoje manter uma estrutura assim tão cara, ainda mais quando estamos ao lado de um pólo gastronômico como São Paulo. A concorrência aumentou demais nas últimas décadas”, diz Rafael Demarchi.

Segundo ele, 30 000 clientes passaram pelo restaurante no mês de dezembro, mas as refeições foram concentradas nos finais de semana. É pensando nesse público que os sócios estudam reabrir a matriz após o Carnaval. “Ainda estamos em negociação com os novos donos do terreno. Uma das possibilidade é ficar lá, mas também pode ser que a matriz seja transferida para outro endereço na cidade”, diz. O que é certo por enquanto é que, se voltar, funcionará somente nos fins de semana. A filial do São Bernardo Plaza Shopping e também a de Jundiaí seguem na ativa. Além disso, a marca prevê inaugurar no segundo semestre de 2016 um restaurante em Sorocaba. 

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