Os sabiás são românticos. Voam em duplas e costumam passar seus quinze anos de vida com um único par. Uma legítima sabiá-laranjeira paulistana, porém, não consegue desfrutar esse conto de fadas por ter nascido semialbina (à dir. na foto). “Nenhum macho a quer por ser muito feinha”, diz o ornitólogo Johan Dalgas Frisch, que flagrou a ave perto do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. “Eles a ameaçam, com o bico aberto, quando se aproximam.” Como se não bastasse a solidão, suas raras manchas brancas aumentam a possibilidade de ataque por predadores.