Roubo de celulares e laptops em bicicleta é nova artimanha de assaltantes
Assaltantes miram pedestres desatentos
Os ladrões inventaram mais uma. Para despistar a polícia e abordar as vítimas de surpresa, usam bicicletas e motos. Na Avenida Paulista, por exemplo, bandidos ciclistas furtam os celulares dos pedestres. Entre maio e junho, a Polícia Militar registrou oito casos na região – 25% do total de furtos. O número real de ocorrências, porém, pode ser maior. “Raramente as vítimas dão queixa na delegacia”, afirma o major Wanderley Barbosa Filho, coordenador operacional do 11º Batalhão da PM. Caso da universitária Eloá Orazem, que não fez o boletim de ocorrência quando foi atacada. Ela teve seu celular tomado por um marginal sobre duas rodas em agosto do ano passado durante um passeio pela avenida com uma amiga. “Falava ao telefone quando o criminoso levou o aparelho, que era novo e havia custado 2 000 reais”, conta Eloá. “O mesmo ocorreu com três pessoas que conheço.” De acordo com a PM, os larápios costumam trocar o celular por drogas ou usá-lo até que a linha seja cancelada. “É um assalto de oportunismo, sem planejamento prévio”, diz o major Barbosa. “O bandido espera qualquer transeunte desatento aparecer para agir rapidamente.”
Motoqueiros utilizam tática parecida. Abordam pedestres, com mira em seus laptops. De acordo com a PM, eles agem em áreas nobres com grande fluxo de executivos, como o Itaim Bibi e a Vila Olímpia. “A região com mais ataques é a do entorno da Rua Funchal, onde há cerca de dois assaltos do tipo por semana”, afirma o major Walmir Martini, coordenador operacional do 23º Batalhão da PM. “Fazemos rondas com vinte motos para combater esse crime.” Os ladrões migraram das ruas para as calçadas. “Antes, eles atacavam motoristas no meio do trânsito”, diz o major. “Depois de reprimirmos essa ação, passaram a focar os pedestres.” As quadrilhas de motoqueiros são especializadas em roubar laptops. Normalmente, eles atuam em dupla (um vai na garupa) e estão armados. Negociam os computadores portáteis com receptores que os revendem como usados. Para não ser alvo desses marginais, uma das sugestões é dispensar maletas próprias para notebooks (veja dicas no quadro abaixo). “O ladrão escolhe vítimas com essas bolsas”, alerta o major Martini.
Fique atento
Dicas para não ser alvo dos marginais sobre duas rodas
As mulheres devem usar a bolsa a tiracolo, protegida pelo braço e no lado oposto à rua.
Quando for atender o celular, procure um local seguro e fechado. Evite falar caminhando ou parado na calçada.
Guarde itens de valor, como laptops, no porta-malas do carro. “Isso evita que algum olheiro dos criminosos veja o objeto no banco e avise seus comparsas”, diz o major Walmir Martini, do 23º Batalhão da PM.
Não use maletas próprias para notebooks, que chamam a atenção dos bandidos.
Procure parar o carro em estacionamentos. Os marginais têm mais facilidade em observar as atitudes dos motoristas que desembarcam na via pública.