Roberto Shinyashiki: “É um erro passar mais de uma hora na frente do computador”
Psiquiatra, que acaba de lançar o livro <em>A Nova Lógica do Sucesso</em>, diz que trabalhar em excesso não garante crescimento

Guru da autoajuda, o médico Roberto Shinyashiki traçou um caminho de sucesso ao trocar o consultório pelos livros e palestras. Autor de best-sellers como O sucesso é ser feliz, Amar pode dar certo, Você, a alma do negócio, já vendeu mais de 7,5 milhões de exemplares. Psiquiatra, com doutorado em administração de empresas, ele lança agora sua 27º obra, A nova lógica do sucesso, na qual conta o drama da fictícia Carla. Aos 29 anos, ela percebeu que sua vida profissional está estagnada e se sente injustiçada dentro da empresa. Em sua trajetória, ela conversa com quatro pessoas que vão lhe mostrar os caminhos – apontados pelo autor – para reorganizar sua carreira.
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Para Shinyashiki, o mundo corporativo, com seu excesso de trabalho, alimenta a frustração dos profissionais. “É muito esforço para pouco resultado. As pessoas se dedicam muito, mas não conseguem dar certo”, diz o médico em entrevista a VEJA SÃO PAULO em seu escritório na Lapa (Zona Oeste). “Um erro comum na carreira é passar mais de uma hora na frente do computador. Para ser valorizado, o profissional precisa sair da frente da tela e intereferir no cotidiano da empresa.”
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Segundo ele, a ideia de escrever o livro partiu da vontade de organizar as diretrizes que apontam o que um bom empregado e empresário precisam fazer. O psiquiatra diz que um dos erros mais comuns de quem não consegue crescer profissionalmente é o que ele chama de “o especialista solitário”. “Esse tipo de profissional se dedica muito na melhora de suas tarefas, mas esquece o que está acontecendo na sua volta. Atualmente, saber demais não é o suficiente.”
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Em tempos de crise econômica, o escritor também aponta soluções estratégicas. “A crise é uma época de acerto de contas, por isso, os funcionários precisam estar a par do que está acontecendo e propor alternativas”. Abaixo trechos da entrevista:
Quais as competências necessárias para o sucesso?
O empresário Warren Buffett disse uma vez que ele e outros nomes de sucesso de sua época tiveram a sorte de ter as competências que o mundo de hoje exige. Entre elas, está a necessidade de o profissional saber liderar. É preciso sempre pensar na empresa, e o “especialista solitário, por exemplo, é alguém que só olha para o próprio trabalho. Também é preciso querer ser gestor, para resolver os problemas que aparecem, inclusive em tempos de crise. Saber liderar e gerir, diria que essas estão entre as competências fundamentais.
Como se comportar em tempos de crise?
Uma das competências que brasileiro menos tem é a de vendas. A maioria dos currículos de faculdades de administração não tem essa disciplina. No meio corporativo, é fundamental que o bom profissional saiba sentar para negociar. O brasileiro acha feio vender, mas, na verdade, é fundamental, pois é o meio de emplacar novas ideias e soluções dentro da companhia. Independente do setor no qual você trabalha, esta é uma capacidade necessária.
E as propostas de trabalho?
Costumo dizer que um dos maiores erros de carreira é ficar mais de uma hora em frente ao computador. Para ser valorizado, o profissional precisa sair da frente da tela e intereferir no cotidiano da empresa. Isso é necessário para que ele seja visto dentro e fora do lugar onde trabalha. Este é o caminho para que, pelo menos uma vez por ano, ele receba uma proposta de fora. Esta é uma forma de ele se mostrar fundamental. É preciso ser visto e não ser um “especialista solitário.
Confira dez dicas de Roberto Shinyashiki para chegar ao sucesso:
– Trabalhar demais não é caminho. Há pessoas que ganham muito e trabalham o mesmo número de horas de quem ganha pouco.
– Não seja um “especialista solitário”. Saber demais não significa que você esteja contribuindo.
– Cuidado com a “síndrome do injustiçado”: não ache que, só porque você está há mais tempo na empresa, merece mais uma determinada promoção.
– Saiba “vender”: é fundamental saber emplacar novas ideias.
– Coaching: vá atrás de especialistas em carreira.
– Tenha, pelo menos uma vez por ano, uma proposta de outra empresa. Isso valoriza seu trabalho.
– O “rebelde” é fundamental: aquele que “bate de frente” com a diretoria, que traz ideias diferentes, pode ser importante em uma organização.
– Seja transparente.
– Exponha novas ideias.
– Crie soluções para problemas crônicos.