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Grupos e DJs investem em shows e festas de ritmos africanos

Irresistível mistura de jazz, funk e sons tribais virou o novo tempero de várias baladas na cidade

Por Pedro Henrique Araújo
Atualizado em 14 Maio 2024, 11h35 - Publicado em 21 out 2011, 23h50
Dj Haru, que com sua dupla Ju Salty anima a festa mensal Chica Chica Bum
Dj Haru, que com sua dupla Ju Salty anima a festa mensal Chica Chica Bum (Divulgação/)
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Músicas com uma poderosa e irresistível mistura de jazz, funk e ritmos tribais viraram o novo tempero de várias baladas na cidade. Resgatado do fim dos anos 70, esse tipo de som vem sendo emulado por grupos e DJs num circuito animado de shows e festas. O principal ícone e fonte de inspiração da onda é o artista nigeriano Fela Kuti, morto em 1997, aos 58 anos, em decorrência do vírus da aids. Criador da batida conhecida como afrobeat, ele ficou em evidência também pela militância política (foi um dos principais opositores da ditadura que comandava seu país na época) e pelo estilo de vida extravagante (casou-se com 27 mulheres). “Fazemos muitas referências a ele e à música brasileira”, afirma Mauricio Fleury, tecladista e um dos fundadores do Bixiga 70, uma das bandas paulistanas mais ativas nessa cena.

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Criado há um ano, o combo de dez integrantes tem lotado os locais nos quais se apresenta. Já tocou em casas como Estúdio Emme, em Pinheiros, e Berlin, na Barra Funda, e se prepara no momento para o lançamento do primeiro CD, previsto para novembro. O repertório é dividido entre composições próprias e regravações de clássicos do gênero. “Eu me pergunto por que não pensei em resgatar esse ritmo antes”, diz Fleury. O Bixiga 70 é o nome mais badalado de uma safra de artistas que bebem da mesma fonte. Em alguns casos, a receita acaba misturada a batidas brasileiras, fórmula do Afro Electro, também prestes a lançar disco nos próximos meses. Outra banda com presença frequente nos palcos da metrópole, o Aláfia tem forte influência não só da música nigeriana, mas de sons do Mali, de Gana e de outros países do continente. “As novas gerações descobriram o ritmo e começaram a tocá-lo”, conta o músico, produtor e pesquisador Alfredo Bello. “As ideias políticas e a ideologia de Fela Kuti, porém, foram deixadas de lado por essa turma.”

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Muitos desses grupos são as atrações principais de uma série de baladas. Capitaneando a Festa Fela, a maior do ritmo, Ramiro Zwetsch, ou DJ Ramiro Z, viu o público crescer desde a primeira edição, em 2007. O último evento, realizado no dia 15, levou mais de 1.300 pessoas ao Estúdio Emme. Há um ano, a festa mensal itinerante Chica Chica Bum atrai frequentadores fiéis a suas comemorações. A próxima edição está marcada para o dia 12 de novembro, no Tapas Club, no Baixo Augusta, com a presença das mulheres mais importantes da cena: as DJs Haru e Ju Salty. “É uma celebração da volta às nossas raízes”, diz Prila Paiva, a Haru, uma das organizadoras do evento.

 

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MESTRES DO SUINGUE

Alguns dos principais divulgadores do estilo musical na cidade

Afro Electro

Há dois anos em atividade e com apenas cinco integrantes, o grupo faz canções que misturam influências da África com ritmos brasileiros. O disco de estreia está previsto para janeiro de 2012.

Aláfia

O projeto tem forte influência da música nigeriana, mas também de sons do Mali, de Gana e de outros países africanos. A banda está em estúdio desenvolvendo o disco de estreia, previsto para o primeiro semestre do ano que vem.

Bixiga 70

Formada há um ano, a banda com dez integrantes promove shows em lugares como o Berlin e prepara seu primeiro álbum para novembro. O repertório, quase todo instrumental, é inspirado nas músicas de Fela Kuti

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Haru e Ju Salty

A dupla de DJs anima a festa mensal Chica Chica Bum. A próxima acontece no dia 12 de novembro, no Tapas Club, na Rua Augusta, 1246.

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