As dez revelações de Andrés Sanchez
A autobiografia do ex-presidente do Corinthians traz bastidores do time
Proposta milionária por Neymar, baladas com jogadores palmeirenses e contratação de Ronaldo definida em um banheiro. São alguns dos bastidores do Corinthians narrados em “O Mais Louco do Bando” (G7 Books, 224 páginas; 29,90 reais), autobiografia do ex-presidente Andrés Sanchez escrita em parceria com o primo Tadeo Sanchez Oller, que será lançada no dia 19. Célebre pelo estilo falastrão, o atual diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) rememora sua vida pessoal e revela episódios desconhecidos de sua gestão. Confira dez histórias marcantes do livro.
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1. Alviverde, não!
“Consegui vaga no peneirão do Palmeiras, mas dei o cano.”
Em 1977, aos 14 anos, Sanchez quase defendeu as cores de seu maior rival. Meses depois, jogou nas categorias de base do Corinthians com o futuro ídolo alvinegro Walter Casagrande. Desistiu por causa da exaustiva combinação de treinos e estudos.
2. Terceira divisão
“Corremos risco de queda para a Série C.”
No início de seu mandato na presidência, em 2007, o cartola teve de negociar a dívida pelo empréstimo de Carlos Alberto (do alemão Werder Bremen) e Nilmar (do francês Lyon). Rebaixado naquele ano à Série B do Brasileiro, o Corinthians esteve ameaçado pela Fifa de descer mais uma divisão por causa do débito com os europeus.
3. Conselho rival
“Visitava o Morumbi quase toda sexta para almoçar e me aconselhar com o Juvenal.”
Enquanto trocava farpas públicas com o presidente são-paulino, o corintiano recorria a Juvenal Juvêncio para aprender sobre administração do futebol. E lamenta que as visitas não tenham sido retribuídas.
4. Noitadas
“Até com jogador de outros times eu saía à noite: Denílson, Marcos, Kleber.”
Sanchez frequentava baladas com corintianos, entre eles Ronaldo e André Santos, e palmeirenses, como o goleiro Marcos, já aposentado, e o atacante Kleber, hoje no Grêmio. Mas nada de contar detalhes das farras.
5. Pagamentos a “inimigos”
“Encontramos pérolas, como a nota fiscal de um advogado que processava o clube.”
Quando assumiu a presidência, ele descobriu que o Corinthians bancava os honorários do advogado de um funcionário que movia um processo trabalhista contra o próprio alvinegro.
6. Acordo fenomenal
“Foi no banheiro, fumando escondido, que nasceu o entendimento final.”
Negociada entre o empresário Fabiano Farah e o diretor de marketing do Corinthians, Luiz Paulo Rosenberg, a contratação de Ronaldo, em 2008, estava emperrada por questões financeiras. O Fenômeno e o presidente acertaram as bases do negócio na pausa de uma das reuniões, enquanto fumavam no banheiro do Hotel Novo Mundo, no Rio. O acordo foi assinado em um guardanapo.
7. O (outro) presidente corintiano
“O Lula me perguntou quando eu fecharia uma proposta para o estádio.”
No dia seguinte à conquista da Copa do Brasil de 2009, uma comitiva alvinegra foi a Brasília visitar o então presidente da República. Questionado por Lula, o cartola prometeu lhe mostrar o projeto em primeira mão.
8. Alvinegro errado
“Alguns jogadores cantaram o hino do Corinthians e o puxador do coro foi o Robinho.”
Chefe da delegação da seleção brasileira no amistoso contra a Estônia, em 2009, Sanchez foi saudado pelos atletas ao entrar no restaurante do hotel onde a equipe estava concentrada. Depois descobriu que Robinho, ídolo do Santos, havia sido corintiano na infância.
9. Detetives pela cidade
“Eu tinha uma rede de ouvidos, os jogadores achavam que eu colocava espião.”
Em seu gabinete, o presidente recebia ligações de torcedores que contavam sobre peripécias noturnas de atletas ou contatos com outros clubes. Uma vez, o garçom de um restaurante avisou que o goleiro Felipe acertava com um dirigente do Fluminense sua ida para o Rio. O negócio acabou não vingando.
10. Neymar no Timão?
“Houve uma oferta de 120 milhões de reais para contratar Neymar.”
No começo de 2011, enquanto a imprensa esportiva especulava sobre a possível transferência do meia Paulo Henrique Ganso para o Corinthians, o presidente estava interessado era no outro craque do Santos, apontando até mesmo os valores da proposta. Neymar recusou o convite por considerar que uma hipotética saída da Vila Belmiro prejudicaria sua imagem.