Relógio de Haddad vale mais de 400 mil reais? Consultamos um especialista
Gabriel Moura, técnico relojoeiro da Spacewatch, analisou a peça da foto que circula no WhatsApp
Nos últimos dias, circulou no WhatsApp e na internet uma montagem que comparava os relógios utilizados pelos candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Hadadd (PT).
Na imagem, o autor aponta que o artigo no pulso do líder das pesquisas seria um Casio, no valor de 68 reais, e o do petista, um Patek Philippe que custaria mais de 400 000 reais.
Procuramos um especialista para constatar se o acessório de Haddad é ou não da marca suíça, conhecida por produzir alguns dos mais sofisticados relógios do mundo.
“Na foto do WhatsApp, não é possível analisar com tanta clareza”, afirma Gabriel Moura, técnico relojoeiro da Spacewatch, empresa paulistana especializada na manutenção de relógios de alto padrão.
“No clique do último debate no SBT (veja no começo da reportagem), no qual Haddad aparece com um relógio que muito provavelmente é o mesmo da foto da montagem, conseguimos ver que, com certeza, não se trata de um Patek Philippe”, garantiu.
Segundo o especialista, a caríssima peça é caracterizada por uma caixa bem mais robusta e alta. “Se você olhar, o dele tem uma caixa baixa e rente ao pulso”, afirmou. “Além disso, não há o símbolo da Patek, com o calendário de lua, o que já desmente a afirmação.”
Para Moura, é muito provável que o acessório do ex-prefeito de São Paulo seja, na verdade, um Longines Master Collection modelo L2.629.4.78.3. “Esse artigo novo tem preço que varia de 15 000 a 18 000 reais no Brasil. O dele aparenta estar bem usado. Poderia ser avaliado na casa dos 10 000 reais.”
Em outra foto, vê-se o relógio mais de perto:
No registro acima e na imagem do debate do SBT, no topo da matéria, parece haver uma diferença de linhas laterais douradas na pulseira. “Isso é o desgaste da peça. Ele pode, inclusive, ter trocado a pulseira do relógio, que aparenta até ter outra cor nas fotos, mas diria que é o mesmo modelo em todos os cliques”, afirma Moura.