Regina Braga volta a encenar “Um Porto para Elizabeth Bishop”
Atriz retorna à cena com belo monólogo sobre a poetisa americana no Teatro Eva Herz
Em 1951, a poetisa americana Elizabeth Bishop (1911-1979) veio passar alguns dias no Rio de janeiro e ficou por quinze anos. Depois de vencer as resistências diante dos contrastes geográficos e culturais do Brasil, ela mergulhou em um intenso romance com a arquiteta Lota Macedo Soares, de reflexos inegáveis em sua obra. Baseada nesse período da biografia da autora, a jornalista e dramaturga Marta Góes concebeu o monólogo dramático Um Porto para Elizabeth Bishop sob medida para o talento da atriz Regina Braga. A peça estreou em 2001 e há nove anos não cumpria temporada na cidade. “Voltei a montá-la em 2005 no Rio e fi z apresentações na Flip, a Festa Literária de Parati, e em CEUs da prefeitura de São Paulo”, conta a intérprete. “Encontrei o meu Quadrante”, completa ela, em referência ao solo protagonizado por Paulo Autran durante quase duas décadas, no intervalo de seus trabalhos inéditos.
Dirigida por José Possi Neto, Regina vive a personagem dos 40 aos 67 anos e acredita que o tempo só beneficiou o espetáculo. “Ganhei um olhar sobre a maturidade. Se antes eu focava no encantamento dela em relação ao Brasil, hoje tenho uma visão mais voltada para o fim de sua vida”, diz a atriz, que gravou até março a novela Ti-Ti-Ti e deve dirigir um show da cantora Zélia Duncan no segundo semestre. A reestreia, no entanto, é cercada de cuidados para lhe garantir o frescor. Nestas duas semanas os ensaios foram rigorosos, o cenário passou por uma remodelação e, graças às republicações, a poesia de Bishop conquistou leitores na última década. “Até eu, informalmente, acabei estudando muito mais sobre ela.”