Rede estadual de ensino usa IA para correção de tarefas dos estudantes
Ferramenta deve auxiliar os professores apenas nos exercícios da plataforma TarefaSP

Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo agora contam com auxílio de inteligência artificial para correção de lições de casa da ferramenta TarefaSP, que contém atividades dissertativas e objetivas. A novidade é um projeto-piloto da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) voltada para estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental até a 1ª série do Ensino Médio. As atividades da plataforma não valem nota e são disponibilizadas em consonância com o conteúdo lecionado pelos professores em sala de aula.
De acordo com a Seduc, o objetivo do programa é ampliar o número de perguntas dissertativas na plataforma para incentivar a escrita dos alunos sem sobrecarregar os professores. Nessa fase inicial, a IA será utilizada em 5% dos exercícios de língua portuguesa, matemática, ciências, química, física, geografia e história.
Nas questões dissertativas, os estudantes preenchem a resposta no TarefaSP, que entra em uma fila de processamento para ser comparada pela IA com a resolução esperada, que foi elaborada pelos especialistas da Seduc. A IA, então, envia o diagnóstico, que pode ser de resposta correta, parcialmente correta ou incorreta, com uma breve explicação. Na ferramenta, o estudante consegue avaliar a IA e os professores conseguem incluir comentários.
Em nota, o Sindicato dos Professores de São Paulo (APEOESP) manifestou que as máquinas e programas de computador devem ser utilizados como meio de pesquisa e aprimoramento, mas não para substituir funções dos professores: “A Inteligência Artificial nada mais faz do que executar comandos executados por seres humanos. Os robôs na indústria executam movimentos precisos por serem repetitivos e previsíveis. Na educação, a realidade é muito diferente.”
No ano passado, o sindicato havia mostrado insatisfação com a implementação da IA no ensino estadual, quando a gestão anunciou um projeto-piloto para usar a tecnologia na elaboração e aprimoramento de slides para sala de aula.
Em 2023, o governo de São Paulo tentou implementar um material didático 100% digital para o ensino fundamental, que foi suspenso após denúncias de erros no conteúdo. Por conta da suspensão, a rede estadual aderiu novamente ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático.