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Galeria de arte de Raquel Arnaud será transferida para a Vila Madalena

Novo espaço da marchande abre as portas com individual do artista carioca Waltercio Caldas, no dia 30

Por Jonas Lopes
Atualizado em 5 dez 2016, 18h13 - Publicado em 19 mar 2011, 00h50

Testemunha da evolução da arte brasileira nas últimas décadas, a galerista Raquel Arnaud prepara uma novidade para o público. Localizada desde 1992 na Rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, sua galeria será reinaugurada no dia 30 na Rua Fidalga, na Vila Madalena, com uma individual do carioca Waltercio Caldas. O artista apresenta as esculturas de sua “Série Negra”, inédita no Brasil. A mudança denota a tendência de marchands da cidade à procura de espaços maiores e mais bem estruturados — Marília Razuk e Luisa Strina também se mudaram nos últimos meses, enquanto Nara Roesler promoveu uma reforma. Raquel terá à disposição 1.000 metros quadrados, divididos em espaços expositivos arejados para mostras temporárias e de acervo, além de uma reserva técnica e uma seção dedicada exclusivamente à exibição de obras do escultor Sergio Camargo (1930-1990), cujo espólio ela administra. O projeto da galeria, marcado por enormes brises na fachada, é assinado pelo arquiteto Felippe Crescenti. “A Vila Madalena tem tido uma oferta importante de arte, achei interessante vir para cá”, diz ela.

Raquel Arnaud nasceu em Guaratinguetá, no interior paulista, e veio para São Paulo na infância. O primeiro contato mais sério com a arte se deu quando casou com Oscar Segall, filho do pintor lituano Lasar Segall — ela chegou a conviver com o sogro no ateliê. Após se formar em sociologia, divorciou-se e foi convidada por Pietro Maria Bardi para trabalhar no Masp. Ficou no museu entre 1968 e 1972. Voltou a se casar, dessa vez com o cineasta Hector Babenco, e dirigiu nos anos 70 duas galerias, o Gabinete de Artes Gráficas e a Galeria Arte Global, de propriedade da família Roberto Marinho. Em 1980 fundou o Gabinete de Arte Raquel Arnaud. A lista de nomes representados pela marchande inclui figuras associadas a ela há anos, caso de Arthur Luiz Piza, Carlos Zilio e Iole de Freitas. “Acompanhar a produção de um artista é como descobrir uma criança-prodígio e vê-la crescer”, afirma.

Há alguns meses, Raquel foi denunciada ao Ministério Público Federal pelo Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos (Sinap). Ela teria se beneficiado da valorização de obras da galeria e de seu acervo pessoal em mostras do Instituto de Arte Contemporânea, instalado até o mês passado em um prédio da USP na Rua Maria Antônia. A galerista deixou a presidência do IAC e hoje só participa do conselho curatorial.

CENÁRIO AQUECIDO

Fortalecido nos últimos meses, o mercado de arte ganha ainda mais impulso nas próximas semanas com a chegada de novas galerias a São Paulo. A partir do dia 28, a carioca Laura Marsiaj e a pernambucana Mariana Moura unem forças na Moura Marsiaj, com sede na Rua Mateus Grou, em Pinheiros. Já no dia 2 de abril, na Barra Funda, será inaugurada a Galeria Transversal — um dos sócios é o jovem curador João Grinspum Ferraz. Seguindo a trilha de sucesso da Choque Cultural, a Spray Galeria, dedicada exclusivamente ao grafite, promete abrir as portas no dia 9 de abril, na Rua Delfina, na Vila Madalena.

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