“Rango” é faroeste de mentirinha
Produção bem-humorada utiliza elementos do Velho Oeste em formidável trabalho de animação
Depois de dirigir três longas-metragens da cinessérie “Piratas do Caribe”, Gore Verbinski envolveu-se no curioso projeto de um faroeste de animação. Rango, já em pré-estreia na cidade e cujo lançamento oficial no Brasil, sabe-se lá o motivo, foi marcado para a Quarta-Feira de Cinzas, retoma o gênero usando muita fantasia e criatividade. Vale, porém, o aviso: embora tenha graça para atrair a criançada, a fita traz tipos asquerosos, certa violência e passagens indigestas aos olhos infantis, como focar um tatu atropelado.
O título parece ser uma brincadeira com Django, personagem-ícone do western. No filme, Rango é um lagarto doméstico em crise existencial — o primeiro ponto positivo vem da dublagem de Johnny Depp na versão legendada, infelizmente em cartaz apenas no Bristol. Essa falante figura vive num aquário na companhia de uma boneca sem cabeça e de um peixe de plástico. Tudo muda quando, após cair do carro de seus donos, vai parar numa vila do Deserto de Mojave, na Califórnia. Lá se faz passar por um valente herói a fim de enfrentar os mandachuvas do pedaço.
Para atingir o status de ecologicamente correto, o roteiro buscou o forçado argumento da falta de água no planeta. Há também alguns problemas de ritmo, motivo pelo qual os menorzinhos podem se aborrecer. É inegável, contudo, o talento de Verbinski na realização. Ele usa enquadramentos inusitados para reverenciar os clássicos do faroeste e foge da mesmice ao criar personagens como o prefeito-tartaruga corrupto e outros animais igualmente repugnantes. Tecnicamente, “Rango” equipara-se aos trabalhos da Pixar (“Toy Story”) e da DreamWorks (“Shrek”). Por vezes vai além, ao mostrar um impressionante realismo nos cenários.
AVALIAÇÃO ✪✪✪
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