Cidades

Queda de avião da Voepass: relatório aponta fadiga dos tripulantes como uma das causas

Documento analisou as jornadas de trabalho da tripulação e períodos de descanso

Por Redação VEJA São Paulo SEGUIR SEGUINDO
16 set 2025, 16h08

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta terça-feira (16) a auditoria do acidente aéreo do voo da Voepass/Passaredo que caiu no dia 9 de agosto de 2024 causando a morte de 62 pessoas, incluindo os quatro tripulantes — comandante, copiloto e duas comissárias de voo.

Considerado um acidente de trabalho grave, foi solicitada a fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP) para entender se a fadiga da equipe poderia ter sido um dos fatores que contribuíram para a queda da aeronave.

O relatório analisou as escalas de trabalho do comandante e do copiloto desde 1º de maio de 2024 até a data do acidente. Segundo o MTE, foram verificados até os registros de check-in e checkout em hotéis para confirmar os períodos de descanso.

O órgão conclui que a empresa montou escalas que reduziram o tempo de descanso da tripulação. O ministério afirma que entre os principais problemas encontrados estão: falta de controle efetivo da jornada da tripulação, descumprimento da Lei dos Aeronautas quanto a limites de jornada e períodos mínimos de descanso, e violação de cláusula da Convenção Coletiva voltada à prevenção da fadiga.

A Voepass/ Passaredo recebeu 10 autos de infração, que podem gerar multas de cerca de R$ 730 mil. Além disso, foi notificada por não recolher mais de R$ 1 milhão em FGTS de seus empregados.

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Acidente aéreo

A aeronave turbo hélice, da marca francesa ATR, da empresa Voepass, caiu em agosto em Vinhedo, município vizinho de Campinas, no interior de São Paulo. A queda aconteceu próximo ao aeroporto de Viracopos, para onde se dirigia o avião, vindo de Cascavel, no Paraná. A empresa informou, em nota, que o voo 2283 transportava 58 passageiros e 4 tripulantes.

Na ocasião, investigadores do Cenipa e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) foram para o local para realizar a Ação Inicial da Ocorrência.