Maioria protestou na Avenida Paulista contra a corrupção, diz Datafolha
Levantamento realizado no domingo (15) mostrou ainda que 19% dos manifestantes têm renda superior a vinte salários mínimos
Descontentes com o governo da presidente Dilma Rousseff, reeleita em outubro de 2014 para cumprir seu segundo mandato, milhares de pessoas tomaram a Avenida Paulista no último domingo (15). Durante a manifestação, o Datafolha perguntou aos participantes o que os havia motivado a participar da manifestação, que também ocorreu nas outras cidades do país.
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De acordo com o instituto, 47% das 210 000 pessoas que estiveram na Paulista protestavam contra a corrupção. Outros 27% pediam o impeachment da presidente. Já os que se diziam contra o Partido dos Trabalhadores somavam 20% e os que afirmavam ser contra os políticos representavam 14%. Os números foram divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (17).
O Datafolha também quis saber qual era a renda dos participantes do ato de domingo. A maior parte (27%) possuía renda entre cinco e dez salários mínimos. Em seguida, aparecia os que possuem renda entre dez e vinte salários (22%) e os que ganham mais de vinte salários (19%). Os manifestantes que recebem até três salários representavam apenas 14% e a fatia de quem fatura entre três e cinco salário era de 15%.
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Para 90% dos entrevistados, Dilma sabia dos casos de corrupção na Petrobras, mas não interferiu. Já 9% disseram que a presidente sabia, mas não poderia fazer nada.
O tucano Aécio Neves, derrotado por Dilma no pleito presidencial, era o preferido dos manifestantes: 82% disseram ter votado no candidato do PSDB no segundo turno.
Para o levantamento, foram ouvidas 432 pessoas. A de erro é de cinco pontos percentuais.
Ato da CUT
O instituto realizou amostragem semelhante durante a manifestação protagonizada pela CUT, pela Apeoesp (sindicato dos professores estaduais) e pelo TST (Movimento dos Trabalhadores Sem teto), na última sexta-feira (13). Dos 41 000 manifestantes contabilizados pelo Datafolha, 25% estavam na Paulista para protestar contra a perda de direitos trabalhistas. Outros 22% disseram que foram à avenida pedir aumento para os professores; 20% queriam reforma política e 18% disseram estar em defesa da Petrobras.
Nesse, os eleitores de Dilma eram maioria: 71% afirmaram ter votado nela no segundo turno. A maior parte também ganhava até três salários mínimos (38%). Já o que tinham renda superior a vinte salários representavam apenas 2%.
O levantamento feito na sexta ouviu 303 pessoas. A margem de erro é de seis pontos percentuais.