Prefeitura gastará 77 milhões de reais em três ciclovias
Obras da Avenida Paulista, da Rua Amaral Gurgel e da Operação Faria Lima são as mais caras em andamento e juntas somam 21 quilômetros
Paralelamente ao processo de expansão da malha cicloviária comandado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que já entregou 156 quilômetros desde junho de 2014, com o lançamento semanal de pequenos trechos pela cidade, a Prefeitura também toca três grandes obras complexas em vias importantes para receber pistas exclusivas.
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A reconfiguração do canteiro central da Avenida Paulista (3,8 quilômetros por 15 milhões de reais), o circuito ligando o Ceagesp ao Parque do Ibirapuera (12 quilômetros por 54 milhões de reais) e o alargamento da calçada central na Rua Amaral Gurgel, sob o Minhocão (5 quilômetros por 7 milhões de reais), consumirão juntos o montante de 77 milhões de reais.
Os trabalhos na Paulista começaram em 5 de janeiro. Com a ajuda de três escavadeiras e de quarenta operários, grande parte do canteiro central, do número 1 313 ao 2 200, já foi destruída para dar lugar à futura pista. Ao todo, ela terá 3,8 quilômetros e ocupará ao menos 50 centímetros das faixas de rolagem dos carros. Oito relógios de rua, seis postes de iluminação e três totens de semáforos terão de ser realocados.
Grades também serão instaladas em alguns trechos nas laterais da via, especialmente nas pequenas rampas de concreto que levarão os ciclistas para o nível da rua nos cruzamentos, para ampliar sua segurança. Na Rua Amaral Gurgel, o calçadão que divide a via também será alargado para receber o projeto, diminuindo as faixas de rolagem para os carros.
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Embora a ciclovia da Avenida Paulista seja o projeto de maior visibilidade, ele não é o mais caro do pacote de Fernando Haddad. Esse posto cabe ao circuito da Operação Urbana Faria Lima: cada um dos 12 quilômetros do traçado custará cerca de 4,5 milhões de reais, gastos na extensa reforma dos canteiros centrais de avenidas como a Faria Lima e Hélio Pelegrino.
Em 11 de abril de 2014, a Secretaria Municipal de Coordenação das subprefeituras (SMSP) assinou seis contratos com a empresa Jofege Pavimentação e Construção para a realização da ciclovia da Operação Faria Lima. A via a ser erguida no canteiro central deve ligar a Ceagesp ao Parque do Ibirapuera. Mas o trecho entre o Largo da Batata e a Praça Apecatu já existe e está em operação desde 2012. Dessa forma, seria o primeiro caso mundial de uma ciclovia construída sobre outra.
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Passados cinco meses, os trabalhos acabaram sendo paralisados pela prefeitura, após o Tribunal de Contas do Município apontar a duplicidade do traçado. O embargo atingiu apenas 2,5 quilômetros (o restante do trajeto continua em obras, com previsão de conclusão em outubro). Curiosamente, a pista instalada custou um décimo da nova, orçada em mais de 15 milhões de reais. Coincidência ou não, nos últimos dias foram retiradas do ar as informações sobre o projeto de 12 quilômetros da Faria Lima na área do site da prefeitura em que é detalhado o plano de metas da gestão para ciclovias.