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Prefeitura demite guarda civil que matou menino em junho

Caso levantou discussão sobre uso de armas de fogo por parte da GCM

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 dez 2016, 12h13

O guarda municipal Caio Muratori, que matou o menino Waldik Gabriel Silva Chagas, o Biel, de 11 anos, durante uma perseguição a um Chevette roubado, em Cidade Tiradentes, em junho, foi exonerado a bem do serviço público.

O decreto foi publicado pelo prefeito Fernando Haddad no sábado (24). Desde que o crime ocorreu, Muratori estava afastado do trabalho por determinação médica.

Durante o processo administrativo, movido na Secretaria Municipal de Segurança Urbana, os dois colegas que estavam com o guarda no momento da perseguição foram absolvidos e puderam retornar ao trabalho.

Na noite de 25 de junho, um carro da Guarda Civil Metropolitana realizava uma ronda na região de Cidade Tiradentes quando um motoqueiro se aproximou e disse que presenciou o furto de um Chevette prata. Os agentes localizaram o carro e começaram a perseguição.

Na ação, Caio atirou no carro e uma bala atingiu o menino Waldik Gabriel Silva Chagas, no banco de trás. Os outros dois garotos que também praticaram o furto conseguiram escapar.

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No velório de Biel, os jovens de 12 e 14 anos contaram à reportagem que eles só queriam “dar um rolê” com o veículo.

Vinte dias depois do crime, VEJA SÃO PAULO divulgou com exclusividade os áudios da central de telecomunicações da GCM (Cetel) em que o responsável pela comunicação com as viaturas não mandou, em nenhum momento, Caio Muratori abordar a ação.

GCM Caio Muratori
Guarda Civil Caio Muratori foi demitido por Haddad na véspera de Natal (Foto: Leo Martins) ()

Na época, o secretário de Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano, afirmou conhecer a existência do áudio. “Há uma resolução de maio de 2008 que proíbe explicitamente esse tipo de ação”, diz.

Questionado se, então, a viatura de Caio Muratori estava descumprindo uma ordem clara, Mariano responde: “Não vou falar desse caso específico, que está sob investigação. Mas vamos avaliar o comportamento da Cetel, que deve falar para os agentes não fazerem perseguições”.

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Após o episódio, o prefeito Fernando Haddad editou um decreto que proíbe a guarda de atirar em veículos. Ele disse à época que a abordagem foi equivocada.

Caio Moratori foi autuado em flagrante por homicídio culposo (que ocorre sem intenção de matar), pagou 5 000 reais de fiança e responde ao crime em liberdade. O caso segue em tramitação no Tribunal de Justiça e não há previsão para o julgamento.

Após o episódio, o agora ex-GCM passou a receber ameaças de morte e precisou se mudar da casa em que morava.

Em relação à demissão de Muratori, a advogada Samara Bragantini Rodella afirma que vai recorrer da decisão, e ressalta que a secretaria já havia decidido pela demissão de seu cliente antes da abertura da sindicância. “Eles julgaram e condenaram o Caio antes mesmo da decisão judicial. Isso é um absurdo. E se ele for considerado inocente, como vai ficar?”

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