Após chuva, condomínios são evacuados no Ipiranga sem previsão de retorno
A área segue alagada e há risco de explosão
Garagens submersas, cheiro de gasolina e moradores abandonando suas casas. Essa é a situação de parte da Rua do Manifesto, no bairro do Ipiranga. Depois das fortes chuvas do domingo (10), a região vive um momento difícil.
A queda do muro de arrimo de uma escola deu origem a uma cratera e fez com que prédios e residências ao redor ficassem debaixo d’água ainda até esta terça (12). Estima-se que o nível da água só tenha baixado 40 centímetros desde o fim de semana e o pedaço segue alagado.
Sobrevoando a região, o Corpo de Bombeiros também identificou uma mancha de óleo na água, líquido que pode ter vazado dos tanques de um posto de gasolina ao lado, o que gera risco de explosão. A Defesa Civil Municipal evacuou três condomínios de grande porte ali, sem previsão de retorno. Em nota, o órgão afirmou que as vistorias só serão iniciadas depois que o nível das águas diminuir.
Juan Gonzales é comerciante e morador da região há mais de vinte anos Seu condomínio, com quatro blocos de 21 andares, foi um dos interditados. Ele chegou de viagem no dia 10, com a namorada Sheila Santana, e preferiu não voltar a sair por causa da chuva.
Foi acordado às pressas no meio da noite pela síndica, avisando que a água estava invadindo a garagem. Como alguns de seus pertences e até a carteira estavam no carro, desceu dezoito andares a pé para tentar salvar alguma coisa. Mas os dois subsolos já estavam submersos. Ao chegar à garagem, registrou esse vídeo:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=SAzymKTMF0Y%5D
Como a portaria também estava alagada, os moradores ficaram ilhados dentro do prédio até cerca de 12h de segunda (11). Quando conseguiram sair, foram avisados pela Defesa Civil do risco de explosão e da necessidade de evacuar o local. Sheila conta que o namorado, ainda atônito, mal sabia o que fazer.
Agora os moradores se unem em grupos no WhatsApp para tentar ajudar os desabrigados. Além dos prédios, muitas casas da região foram atingidas, com os moradores perdendo tudo que tinham. Comida, roupas e colchões estão entre os itens doados, já que todos tiveram que sair às pressas e não conseguiram retirar todos os seus pertences.