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Preço do aluguel de escritórios aumenta em São Paulo

Mercado aquecido faz disparar aluguel de escritórios de alto padrão

Por Fernando Cassaro
Atualizado em 5 dez 2016, 19h29 - Publicado em 18 set 2009, 20h29

O ritmo de construção de edifícios comerciais não tem sido capaz de atender à demanda por escritórios de alto padrão na cidade. Segundo dados da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, a taxa de vacância – porcentagem de imóveis desocupados – para esse segmento é de apenas 7%, a menor da década. Isso significa que, dos 2,3 milhões de metros quadrados existentes, apenas 160.000 estão disponíveis para venda ou locação. “Se o crescimento do Brasil continuar de 5% ao ano, vai faltar espaço”, afirma o gerente sênior Guilherme Aquino Costa.

É esse desenvolvimento econômico que anima companhias – inclusive multinacionais – a ampliar suas instalações ou a procurar novos espaços. “Os juros mais baixos deixam o Brasil atraente para empresas do exterior”, diz o diretor da consultoria CB Richard Ellis, Fernando Faria. O desequilíbrio entre oferta e procura causa efeitos no bolso de quem necessita alugar um imóvel. Hoje, o metro quadrado sai por, em média, 59 reais. Há três anos, saía por 48. Na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima o preço foi às alturas e chegou a 91 reais (veja o quadro). Comparada ao primeiro semestre de 2005, a variação foi de 51%. O valor médio do metro quadrado em Chicago, nos Estados Unidos, é equivalente a 56 reais.

Para ser classificado como de alto padrão, um escritório precisa ter pé-direito com mais de 2,50 metros, sistema de ar-condicionado central, gerenciamento predial, facilidades para mudança de layout e boas instalações para telecomunicações. Nos próximos três anos, São Paulo deve ganhar mais 760 000 metros quadrados de escritórios desse tipo. Mas nada que vá aliviar a demanda. O antigo esqueleto da Eletropaulo, localizado na Avenida Juscelino Kubitschek, com 70 000 metros quadrados de área útil e previsão de entrega para o primeiro semestre do ano que vem, já está reservado para o Banco Santander.

Mesmo quem se dispõe a pagar os preços inflacionados passa por dificuldades para encontrar um imóvel que se adapte às suas necessidades. A filial brasileira da empresa americana NCR, por exemplo, especializada em equipamentos de auto-atendimento como caixas ele-trônicos, começou a procurar uma nova sede administrativa no segundo semestre do ano passado. Foi decidido que deixaria um imóvel próprio de 10.000 metros quadrados no Brás e partiria atrás de um edifício mais moderno. “Tínhamos um compromisso de venda do antigo espaço e não achávamos nada”, lembra o presidente da empresa, Elias Rogério da Silva. A NCR só conseguiu aliar a estrutura procurada à boa localização do Paraíso depois de nove meses, porque um empresário desistiu do compromisso de pré-locação.

O aquecimento do mercado tornou mais comum a prática da pré-locação, quando é estabelecido um acordo entre empreendedor e inquilino antes mesmo da inauguração do imóvel. “Os prédios de hoje são todos entregues com compromissos assinados”, conta o presidente da Cyrela Commercial Proper-ties (CCP), Bruno Laskowsky. “Antes, iam sendo alugados aos poucos.” Segundo a pesquisadora Lilian Feng, 48% dos imóveis previstos para ser entregues ainda neste ano estão reservados. O edifício JK 1455, no Itaim Bibi, exemplifica bem essa situação. Quando terminou de ser erguido, no fim de maio, tinha todos os seus 22 200 metros quadrados alugados. Lilian acredita que o mercado só conseguirá se estabilizar se a tal taxa de vacância ficar entre 13% e 15%. Não há previsão de isso ocorrer tão cedo.

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