Praça em Pinheiros traz parceria pioneira da prefeitura com a população
A manutenção é feita pelos próprios vizinhos

Em 2002, um terreno baldio da prefeitura foi cedido aos moradores da vizinhança, que pressionavam o órgão para que instalasse no lugar uma pracinha. Assim nascia a Praça Mateus Grou, localizada entre a via homônima e a Rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, em Pinheiros. Por mais de uma década, porém, ela passou por problemas de manutenção e esteve sob uma “disputa territorial”. Crianças e cães concorriam pelo mesmo espaço na viela de 725 metros quadrados, transformada em lamaçal a cada chuva.
Há dois anos, a bagunça começou a ser organizada depois que moradores da região descobriram um então recente projeto chamado ParCão. “A iniciativa estimulava uma divisão entre animais e crianças maiores e menores”, explica a geógrafa Silvia Belruss, ex-presidente da Associação dos Moradores e Comerciantes da Rua Mateus Grou (Amateus), responsável pela gestão do local.

Após a entidade candidatar-se ao programa, o espaço recebeu 82 000 reais da prefeitura, usados para a reforma do alambrado e do piso e a construção de uma área para cachorros e uma quadra esportiva. A associação gastou outros 30 000 reais para arrumar os canteiros e os dois brinquedos de um parquinho.
Hoje, o espaço funciona das 7 às 19 horas, mas nem a prefeitura nem a associação sabem quantificar os frequentadores. Há planos para a realização de outras reformas.

“Queremos melhorar a iluminação e instalar um piso emborrachado embaixo dos brinquedos”, afirma o advogado Juliano de Carvalho, o atual presidente da Amateus. A associação é mantida voluntariamente por trinta membros (entre comerciantes e moradores), que pagam 40 reais de mensalidade.
Criado em 2016, o ParCão está presente em onze praças paulistanas, entre elas a Rotary, na Vila Buarque; a Rosa Alves, na Aclimação; a Nossa Senhora do Bom Parto, no Tatuapé; e a Chácara Klabin, no bairro homônimo. Para se candidatar à iniciativa, é preciso procurar o gabinete do vereador Police Neto (PSD), o autor da emenda parlamentar que viabilizou a transferência da verba.

“A intenção é recuperar espaços abandonados, instalar novos equipamentos e deixar a manutenção sob a responsabilidade dos moradores”, diz Police Neto. “É uma parceria do poder público com a comunidade.”