PM afasta policiais envolvidos em caso de agente que jogou homem em rio em SP
Procurador-geral de Justiça também pediu que Ministério Público investigue a ação
Um policial militar apareceu em flagrante jogando um homem do alto de uma ponte, em um vídeo exibido com exclusividade pela TV Globo. Ao menos 13 policiais foram afastados e o Ministério Público vai apurar o caso. Caso ocorreu na madrugada de segunda-feira (2).
Pelas imagens, é possível ver um policial levantando uma moto que está no chão. Um segundo e um terceiro policial se aproximam e depois, o primeiro PM encosta a moto perto da ponte. Um quarto policial chega e segura o homem pela camiseta azul, que seria o motociclista . Ele se aproxima da beirada da ponte e joga o homem no rio, como aparecem nas imagens.
O motociclista passou a ser perseguido por PMs da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas) após fugir de uma abordagem quando conduzia uma moto sem placa por volta das 23h de domingo (1), em Diadema, na Grande São Paulo.
Ele foi interceptado pela PM em Cidade Ademar, já em São Paulo, após perseguição de 2 km. Na cena registrada em vídeo por uma testemunha, há a participação de ao menos quatro policiais militares.
Nesta terça-feira (3), a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública) informou por nota que determinou o afastamento imediato de 13 policiais militares envolvidos na ocorrência.
“A instituição repudia veementemente a conduta ilegal e instaurou um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar todos os agentes. A Polícia Militar reitera seu compromisso com a legalidade e não tolera desvios de conduta”, diz o comunicado.
Em nota, o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, diz que as imagens do policial atirando o homem em um rio não são aceitáveis.
“Estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis! Não há outra forma de classificar as imagens do momento no qual um policial militar atira um homem do alto de uma ponte. Pelo registro divulgado pela imprensa, fica evidente que o suspeito já estava dominado pelos agentes de segurança, que tinham o dever funcional de conduzi-lo, intacto, a um distrito policial para que a ocorrência fosse lavrada”, afirmou o procurador, que continuou em nota publicada no site do Ministério Público de São Paulo.
“Somente dentro dos limites da lei se faz segurança pública, nunca fora deles. Assim, esta Procuradoria-Geral de Justiça determinará, ainda nesta terça-feira, que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública [Gaesp] associe-se ao promotor natural do caso para que o MPSP envide todos os esforços no sentido de punir exemplarmente, ao fim da persecução penal, os responsáveis por uma intervenção policial que está muito longe de tranquilizar a população”.