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Mostra Pirelli-Masp apresenta registros de São Paulo

Exposição homenageia o fotógrafo americano George Love e o paulista Luiz Hossaka, ambos com grande vínculo com a metrópole

Por Giuliana Bergamo
Atualizado em 5 dez 2016, 18h40 - Publicado em 6 ago 2010, 20h55
Mostra Pirelli-Masp
Mostra Pirelli-Masp (Luiz Hossaka/)
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O vínculo com São Paulo é a marca dos dois artistas homenageados pela 18ª edição da exposição Pirelli-Masp de Fotografia: o americano George Leary Love (1937 -1995) e o paulista de Birigui Luiz Sadaki Hossaka (1928-2009). O primeiro mudou-se para cá em 1966, depois de se apaixonar pela também fotógrafa Claudia Andujar, suíça naturalizada brasileira.

Suas treze imagens exibidas a partir de quinta (12) até 3 de outubro fazem parte do livro ‘São Paulo: Anotações’, de 1982. Como explica Love no texto de abertura da publicação, foram “tiradas entre setembro de 1966 e os primeiros dias de fevereiro de 1982; atravessando o tempo desde o momento em que, pela primeira vez, tentei um contato com esta cidade — para mim estranha e intimidadora ainda hoje — até quando eu e ela fizemos as pazes”.

Trata-se de retratos quase abstratos, sem título, registro de tempo ou local em que foram feitas. “Love usava a câmera para fazer experimentações e espantar suas angústias”, diz Anna Carboncini, organizadora da exposição. Tal aspecto fica claro em uma das poucas descrições do autor sobre um de seus trabalhos: “Uma foto de águas claras, com uma sombra mal definida, retrata minha própria sombra, e naquela hora pensei que estava fotografando pela última vez na minha vida. É melodramático, mas verdade”.

O segundo homenageado pela mostra foi uma figura elementar para o Masp. Contratado pelo fundador Pietro Maria Bardi, em 1950, Hossaka atuou ali como secretário e fotógrafo, sobretudo, do acervo. Registrou, por exemplo, a construção da atual sede do museu e a restauração da obra de Nicolas Poussin, ‘Himeneu Travestido Assistindo a uma Dança em Honra a Príapo’, em 2009.

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Também foi membro do conselho deliberativo da Coleção Pirelli durante os seus últimos onze anos de vida e, entre 1997 e 2006, fez as vezes de curador geral. Solteiro e sem filhos, vivia em um apartamento a poucas quadras do museu. As três imagens dele que integram a exposição eram parte de uma mostra de 1976 sobre a Grande São Paulo. São retratos do cotidiano, como a cena de garotos brincando na periferia ou a de transeuntes na Avenida Paulista.

Outro destaque da atual edição da exposição é a inclusão, pela primeira vez nos vinte anos de Coleção Pirelli-Masp, de obras de autoria coletiva, do bureau Cia. de Foto. “Sempre fizemos nossas escolhas pautados pelos autores, não por qualquer outro mote”, afirma Anna Carboncini. “Desta vez, porém, decidimos abrir o precedente pela importância do trabalho e porque fotografias em grupo são cada vez mais frequentes não só no Brasil, mas no mundo todo.”

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