Perfil de Marçal é suspenso após indícios de laudo falso contra Boulos

Assinatura de médico foi desmentida por filhas e dono de clínica já foi condenado por falsificar diploma

Por Redação VEJA São Paulo SEGUIR SEGUINDO
Atualizado em 5 out 2024, 18h29 - Publicado em 5 out 2024, 17h11

Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo

A Justiça Eleitoral decidiu suspender o perfil de Pablo Marçal (PRTB) no Instagram após o surgimento de indícios de falsificação do laudo divulgado pelo candidato à Prefeitura de São Paulo contra o rival Guilherme Boulos (PSOL).

O juiz Rodrigo Capez determinou que a conta de Marçal ficasse fora do ar no prazo de até duas horas após a decisão. Às 16h, ela já estava suspensa. Assim deve permanecer por 48 horas.

O documento dizia que Boulos teria buscado uma clínica para obter atendimento por uso de cocaína. No entanto, o dono do estabelecimento, Luiz Teixeira da Silva Junior, foi condenado pela Justiça em 2021 por apresentar um diploma de graduação em Medicina e uma ata de colação de grau falsos ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul.

O biomédico também foi preso sob a acusação de fraudar e desviar cerca de R$ 20 milhões da área da Saúde.

Além do histórico, as filhas do médico cuja assinatura aparece no laudo desmentiram qualquer envolvimento do pai com o caso e a clínica.

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“Quero esclarecer que o meu pai jamais trabalhou nesta clínica que foi divulgada”, disse Aline Souza, filha de José Roberto de Souza. Ele atuava como médico hematologista em Campinas e morreu de Covid em 2022.

Carla Maria de Oliveira e Souza também disse que a assinatura não é a mesma do pai.

Em nota, o Ministério Público de São Paulo informou que “requisitou a instauração de inquérito policial eleitoral para apuração dos fatos trazidos em representação da campanha de Guilherme Boulos e atribuídos ao candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal”.