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Sete soluções para fazê-los andar

Especialistas apontam maneiras de melhorar a eficiência dos ônibus na cidade

Por Mariana Barros [Colaboraram Daniel Salles e Giovana Romani]
Atualizado em 5 dez 2016, 18h18 - Publicado em 4 fev 2011, 23h45
Corredor na Avenida Nove de Julho - capa 2203
Corredor na Avenida Nove de Julho - capa 2203 (Elisa Rodrigues/Futura Press/)
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1) Construir novos corredores

A cidade tem dez corredores de ônibus, que somam 120 quilômetros. “Esse número deveria, no mínimo, dobrar”, avalia Jaime Waisman, professor de engenharia da USP. No mês passado, a prefeitura anunciou um plano que inclui a criação de três novos corredores, com início das obras no ano que vem. A verba reservada a eles neste ano é de 60 milhões de reais, suficiente para apenas 5 quilômetros. Segundo a administração, esse montante pagará os projetos e o dinheiro das obras será incluído no orçamento de 2012. Um deles será na Radial Leste, ligando o Parque Dom Pedro II à Avenida Aricanduva. O projeto pode pôr fim às pistas de sentido reversível da Radial, que hoje garantem o fluxo dos carros. “Eles serão direcionados para a Marginal Tietê, que, ampliada, tem condição de absorvê-los”, afirma o secretário de Transportes, Marcelo Cardinale Branco. Outro corredor deve ligar a Casa Verde ao centro, passando pela Avenida Inajar de Souza. Na Zona Sul, o plano é construir uma interligação entre a futura estação Vila Sônia, da Linha 4 – Amarela, e as estações Campo Limpo e Capão Redondo, da Linha 5 – Lilás. Como o traçado não passa por uma via existente, seria preciso desapropriar os imóveis ao longo do trajeto, o que é caro e demorado. Outra proposta é transformar o canteiro central da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini em corredor, prosseguindo até a Avenida Juscelino Kubitschek.

+ Leia mais: o teste dos ônibus: no sufoco da catraca

2) Facilitar o embarque e o desembarque

Para tornar o embarque mais ágil e evitar filas, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner implantou um sistema de transporte considerado exemplar quando foi prefeito de Curitiba, nos anos 90. Lá, os passageiros pagam a tarifa numa plataforma de embarque, nos moldes do que ocorre no metrô. “Isso elimina a espera para cruzar a catraca e facilita o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção”, explica Lerner.

3) Proibir a circulação de táxis nos corredores

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“Táxi não é transporte coletivo”, afirma o engenheiro de tráfego Francisco Moreno Neto. Por isso, os especialistas defendem a ideia de que os 32 000 táxis paulistanos deixem de circular nos corredores, prática permitida por lei desde 2005. O principal problema são os taxistas, que, para fugir das paradas, “costuram” entre as faixas. Esse hábito reduz a eficiência do corredor e ainda atrapalha os carros. “É preciso ainda intensificar a fiscalização e multar quem trafega irregularmente”, diz o consultor Horácio Augusto Figueira. Hoje, os carros só podem trafegar nos corredores diariamente entre 23h e 4h, nos fins de semana das 15h de sábado às 4h de segunda e, nos feriados, entre 0h e 4h do dia seguinte.

4) Criar faixas de ultrapassagem 

De acordo com a SPTrans, a velocidade média dos ônibus nos corredores é de 20 quilômetros por hora. Porém, nos momentos de maior movimento, alguns trechos registram 6 quilômetros por hora. Com pontos de ultrapassagem, a exemplo dos existentes na Avenida Nove de Julho, os ônibus podem seguir viagem sem perder tempo. Há, porém, um problema. “Falta espaço nas ruas para tornar a ultrapassagem possível”, pondera Marcos Bicalho, superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos. “É preciso ocupar as pistas dos carros.”

5) Reorganizar o sistema com maior frequência

Circulam pelas ruas paulistanas 15.000 ônibus. Para os especialistas, aumentar a frota só pioraria a lentidão. É preciso, no entanto, utilizá-la melhor. “Há micro-ônibus atendendo lugares saturados e excesso de ônibus em alguns corredores”, afirma o engenheiro Stanislav Feriancic. Um caso positivo de reorganização recente apontado pela SPTrans é a erradicação de linhas sobrepostas no Grajaú e no Campo Limpo. “O ônibus pode se adaptar à cidade, ao contrário dos trilhos”, diz Waisman. Criar um banco de dados com as informações dos 15 milhões de cartões de Bilhete Único ativos em São Paulo seria um bom começo.

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6) Implantar semáforos com sensores

Os semáforos inteligentes podem abrir e fechar de acordo com o fluxo de veículos. Um sensor detecta a aproximação de um ou mais ônibus e deixa o sinal aberto pelo tempo que for necessário. “Os ônibus só parariam no ponto”, diz Figueira, defensor ferrenho da ideia.

7) Ampliar a integração dos ônibus com o transporte sobre trilhos

Com o Bilhete Único, é possível descer de um ônibus e embarcar em trens do Metrô ou da CPTM pagando 4,29 reais — sem ele, essa transferência sai por 5,65 reais. “Aumentar a malha metroviária demora muito tempo e não vai solucionar o problema tão cedo”, acredita Jaime Lerner. “O segredo é trazer novas linhas de ônibus para perto de estações de metrô e facilitar a troca de veículos.”

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