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Ônibus elétrico: investidores assinam acordo de 1 bilhão de dólares

Recurso deve viabilizar a compra de 3 000 unidades em São Paulo e em outras três cidades da América Latina nos próximos 12 meses

Por Pedro Carvalho
Atualizado em 10 dez 2020, 15h52 - Publicado em 10 dez 2020, 15h30
Imagem mostra uma fileira de ônibus
"Operadores viários farão opção pelos elétricos", diz SP Trans (Divulgação/Divulgação)
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Um grupo de 17 fabricantes e investidores assinaram um acordo de 1 bilhão de dólares (5,3 bilhões de reais) para impulsionar o uso do ônibus elétricos — que não emitem poluentes como o gás carbônico — na América Latina. O programa pretende viabilizar a compra de 3 000 unidades nos municípios de São Paulo, Santiago (Chile), Medelim (Colômbia) e Cidade do México nos próximos 12 meses.

O valor deve ser aplicado de diferentes maneiras, a depender do interesse de cada um dos nove grupos de investidores que se aliaram à iniciativa. Os recursos podem financiar a produção dos ônibus (a baixa disponibilidade é uma barreira para a expansão da tecnologia), a compra de unidades pelos municípios ou permitir um formato de leasing para componentes mais caros dos veículos, como as baterias.

O acordo foi costurado pela ZEBRA (Zero-Emission Bus Rapid-deplyment Accelerator), uma entidade criada em 2018 que uniu fabricantes e investidores interessados em acelerar a mudança para uma frota limpa. Entre os fabricantes que assinam o compromisso estão a Foton, maior empresa de ônibus elétricos da China, e a americana BYD, a maior do segmento fora do país asiático. Pelo lado dos investidores, participam nomes de peso como o fundo australiano AMP Capital, que administra mais de 20 bilhões de dólares, e o BNDES.

A legislação de São Paulo obriga o município a migrar para uma frota de zero-emissões até o ano de 2028. Dos atuais 14 052 ônibus da cidade, apenas 201 são elétricos, mas são trólebus, ou seja, não funcionam apenas com energia elétrica. “Compramos 17 unidades totalmente elétricas recentemente e elas estão operando sem problema algum”, diz Wagner Chagas, diretor de operações da SP Trans. “Entre os operadores, a opção [para cumprir a lei] predominante será pelos veículos totalmente elétricos”, ele afirma.

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Os participantes da iniciativa acreditam que o acordo irá destravar a migração rápida para uma frota de zero-emissões na região. “Era muito importante resolver a equação financeira. Estudamos os entraves por muito tempo e a sensação é de que agora o projeto vai”, diz Carlos Eduardo Souza, da Enel X, braço da Enel voltado a tecnologias sustentáveis.

Com uma frota de 800 ônibus elétricos, Santiago é atualmente a cidade latino-americana mais avançada na transição para um transporte público de zero-emissões. Na América Latina em geral, os elétricos representam apenas 1% da frota de coletivos. A ZEBRA acredita que a iniciativa resultará na instalação de mais fábricas na região.

 

 

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