Oito pesquisadores da USP estão entre os mais citados do mundo
Edição 2025 do ranking da Clarivate aponta liderança da Universidade no Brasil, que conta com um total de 17 cientistas na lista
Divulgada ontem, a edição 2025 da lista Highly Cited Researchers (Pesquisadores Altamente Citados), do Institute for Scientific Information (ISI), traz os nomes de oito pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com o levantamento – Carlos Augusto Monteiro, Eurídice Martínez Steele, Fernanda Rauber, Geoffrey Cannon, Jean Claude Moubarac, Maria Laura da Costa Louzada, Pedro Brancalion e Renata Bertazzi Levy – estão no seleto grupo do 1% dos cientistas mais citados do mundo, por seus trabalhos.
A divulgação foi feita pela Clarivate, consultoria especializada em informações científicas e responsável pelo Web of Science — base de dados que reúne publicações acadêmicas e avalia o impacto dos pesquisadores a partir das citações recebidas.
Nesta edição, a USP aparece com oito pesquisadores, em um universo de 17 brasileiros, mantendo sua posição como a representante brasileira com o maior número de cientistas citados.
Outras instituições presentes na lista são o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a Universidade de Brasília, a Universidade Estadual Paulista, a Universidade Federal de Campina Grande, a Universidade Federal de Viçosa e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
No panorama global, a Clarivate classificou 6.868 pesquisadores de mais de 1.300 instituições. Ao todo, há 60 países na lista, mas 86% das menções estão concentradas em apenas dez deles, sendo 75% nos cinco primeiros, apontando forte concentração.
Os Estados Unidos mantêm a liderança, com 2.670 pesquisadores reconhecidos, o que representa 37% do total mundial. A China ocupa a segunda posição, com 1.406 nomes (20%).
Em seguida aparecem o Reino Unido, com 570 pesquisadores (8%), a Alemanha (363), a Austrália (312) e o Canadá (227). A Academia Chinesa de Ciências figura como a instituição mais representada do mundo, com 258 pesquisadores.
A lista é publicada desde 2001 e busca indicar quais pesquisadores têm influência ampla e consistente em suas respectivas áreas, a partir da análise de citações recebidas em artigos científicos e revisões (reviews).
O processo de seleção considera um período de 11 anos e inclui apenas publicações indexadas no Web of Science Core Collection. Após a triagem inicial, são aplicados filtros adicionais para evitar distorções provocadas por autocitações ou padrões anômalos de colaboração.
Os pesquisadores são classificados segundo 22 áreas de conhecimento e também são incluídos nomes que demonstram impacto em múltiplos campos, classificados como “multidisciplinares”. As afiliações institucionais são verificadas pela empresa, que atribui a cada pesquisador uma instituição principal e uma secundária, de acordo com seu histórico de publicações.
Os resultados são utilizados como referência em análises e comparações internacionais de desempenho acadêmico. Embora não meçam a totalidade da produção científica, as listas de pesquisadores altamente citados são consideradas um indicador de visibilidade e influência na pesquisa global, e costumam integrar avaliações institucionais e rankings universitários.
Quem são os pesquisadores da USP na lista
Carlos Augusto Monteiro
Professor Emérito da Faculdade de Saúde Pública (FSP), é referência internacional em epidemiologia nutricional e criador da classificação NOVA de alimentos. Sua atuação tem influenciado políticas públicas e diretrizes alimentares em vários países, com foco nas transformações do sistema alimentar e seus impactos na saúde da população.
Eurídice Martínez Steele
É pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), com doutorado em Nutrição em Saúde Pública pela USP e mestrado pela London School of Hygiene & Tropical Medicine. Seu trabalho investiga o consumo de alimentos ultraprocessados e seus efeitos na saúde e na transição nutricional, com ênfase em análises comparativas internacionais.
Fernanda Rauber
É pesquisadora do Nupens e do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina (FM). Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, realiza estudos sobre alimentação ultraprocessada, qualidade nutricional e doenças crônicas em contextos populacionais diversos.
Geoffrey Cannon
É pesquisador do Nupens/USP e especialista em saúde pública, com longa trajetória internacional em políticas de alimentação e nutrição. Autor de livros de referência na área, participou do desenvolvimento da classificação NOVA de alimentos e das diretrizes alimentares brasileiras, com foco na influência dos ultraprocessados na saúde global.
Jean Claude Moubarac
É pesquisador associado à USP e à Universidade de Montreal, com atuação nas áreas de nutrição em saúde pública e política alimentar. Suas pesquisas investigam a expansão global dos alimentos ultraprocessados e suas implicações sociais e sanitárias, em colaboração com pesquisadores do Nupens e de instituições internacionais.
Maria Laura da Costa Louzada
É professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) e vice-coordenadora do Nupens. Doutora em Nutrição em Saúde Pública pela USP, com estágio em Harvard, pesquisa padrões alimentares, qualidade da dieta, consumo de ultraprocessados e seus efeitos nas doenças crônicas não transmissíveis.
Pedro H. S. Brancalion
É professor associado de Silvicultura de Espécies Nativas do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), onde coordena o Laboratório de Silvicultura Tropical. Sua pesquisa concentra-se na restauração florestal e na conservação da biodiversidade em paisagens modificadas, integrando ciência, prática e formulação de políticas ambientais.
Renata Bertazzi Levy
É pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva da FM e integrante do Nupens. Graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas e doutora em Saúde Coletiva pela USP, dedica-se à epidemiologia nutricional, com foco em consumo alimentar, inquéritos dietéticos e políticas de alimentação escolar.
(Michel Sitnik/Jornal da USP)
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