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“O mundo mudou”, diz líder de bloco que aboliu Cabeleira do Zezé

Idealizador do MinhoQueens, que sairá no sábado de Carnaval, explica a decisão de não tocar músicas consideradas preconceituosas

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 fev 2017, 16h55 - Publicado em 13 fev 2017, 16h54
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A discussão sobre acabar com músicas consideradas politicamente incorretas no Carnaval carioca chegou a São Paulo.

Após três grupos do Rio de Janeiro optarem por tirar do repertório clássicos como Maria Sapatão, O teu Cabelo não Nega e Cabeleira do Zezé, entre outros, dois blocos paulistanos entraram na onda e decidiram não cantar marchinhas que possam ofender seus seguidores.

Idealizador do MinhoQueens, que desfilará no sábado (25) no Largo do Arouche, no centro, Fernando Magrin afirma que a decisão de suprimir essas músicas tem a ver tanto com o perfil do público que vai acompanhar o grupo (LGBT) quanto pela própria história de seu fundador.

“Eu era menino, no interior, e quando tocavam a Cabeleira do Zezé eu achava que todos estavam olhando para mim. Eu me sentia como o Zezé da música. Ficava vermelho e envergonhado”, diz Magrin. “Antigamente não havia esse tipo de preocupação, era um pensamento da sociedade. Mas onde já se viu cantar que ‘a cor pega’?”, questiona, referindo-se a O teu Cabelo não Nega, cujos trechos – Porque és mulata na cor/ Mas como a cor não pega, mulata/ Mulata, eu quero o teu amor – viraram alvo de discussão pelas redes sociais.

Outro grupo que optou por não tocar músicas polêmicas foi o bloco Charanga do França, que sairá na segunda-feira de Carnaval (dia 27) na Santa Cecília.

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Idealizador do grupo, Thiago França fez um longo texto no Facebook afirmando que a decisão tem como objetivo jogar luz ao trabalho autoral do grupo. “A decisão de não tocar O teu Cabelo não Nega foi minha, baseada na minha interpretação e em papos com pessoas diversas ao longo de alguns anos. Também não acho que quem tocar essa marchinha seja (ou esteja sendo) racista – cada um trata de si, cada um sabe de si e arte tem SIM espaço para contextos e interpretações distintas”, escreveu França.

Em rápida conversa com VEJA SÃO PAULO, Thiago França diz não querer prolongar o episódio. “O excesso de exposição dentro desse tema está começando a passar a imagem errada do bloco, não é o que eu quero. Está parecendo que a gente vai desfilar com foices e tochas, queimando pessoas na rua, sabe? E não é nada disso. Eu só fiz um comunicado de não tocar, porque o bloco é aberto e o Facebook é nosso único canal de comunicação”, conclui.

 

 

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