Mais seis mortes podem estar relacionadas com a chacina
Além das dezoito vítimas assassinadas em Osasco e Barueri na quinta (13), outros casos que aconteceram nas imediações também são investigados
O número de vítimas da chacina que aconteceu na última quinta (13) pode passar de 18 para 24 pessoas com o acréscimo de outras seis mortes registradas em Osasco entre os dias 8 e 9 de agosto. A Ouvidoria da Polícia protocolou um pedido nesta quarta (19) solicitando que os crimes sejam investigados em conjunto. “As chances dos crimes terem conexão são grandes, pois há muitas semelhanças”, disse o ouvidor Julio Cesar Fernandes Neves. “Assim como na chacina do dia 13, os criminosos que mataram essas outras seis pessoas, em alguns dos casos, também perguntaram se as vítimas tinham antecedentes criminais.”
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Somente no dia 8 de agosto ocorreram cinco mortes sequencias por arma de fogo e com sinais de execução – um dia depois do assassinato do PM Admilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, em um posto de gasolina em Osasco. Esse crime contra o soldado que, inclusive, patrulhava a região dos homicídios é apontado como o possível motivador da série de assassinatos. Uma das hipóteses de investigação é que um grupo de policiais teria cometido a chacina para se vingar.
“São mortes fora do normal em Osasco. A possibilidade de ser um revide realizado pelos mesmos autores é muito grande”, completa Neves. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública diz que esses homicídios estão sendo investigados pela Polícia Civil de Osasco, que não vê relação, até o momento, entre estes a sequência de mortes do dia 13.
Mortes
Na Rua Jacinto José de Souza, a menos de 3 quilômetros do bar onde oito morreram e duas pessoas ficaram feridas em Osasco, Rafael da Silva Santos, de 24 anos, foi assassinado com uma série de tiros na cabeça e no tórax por volta da 1h39. Poucos minutos depois, a 1h44 Gabriel Felipe Ferreira Lopes, de 17 anos, foi executado na Avenida Santhiago Rodilha.
Às 2h, Bruno dos Santos Pereira foi alvejado na Rua Calixto Barbieri. Na sequência, Diego Siqueira Pereira, de 27 anos, foi baleado na Avenida Esporte Clube Corinthians Paulista por volta das 3h. Por fim, às 6h54 foi a vez de Wellington Gomes Ribeiro, de 16 anos. No dia seguinte (9), às 19h30, Marcos Antonio Paes, de 44 anos, também morreu.
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Guarda Civil Metropolitano
Outro crime que a polícia acredita que pode ter motivado a chacina do dia 13 é a morte do guarda civil metropolitano Jefferson Luiz Rodrigues da Silva, de 40 anos, em Barueri, no dia 12 de agosto. Alexsandro Ribeiro Bezerra, de 21 anos, e Francisco Felisberto Camelo Brito, de 19 anos, foram presos em flagrante e a polícia investiga a participação de um terceiro.
No caso da morte do PM Oliveira, os suspeitos Thiago Santos de Almeida, de 26 anos, e Vagner Rodrigues, de 28 anos, tiveram prisão decretada no dia 9 de agosto, mas estão foragidos desde então.
Esses quatro homens envolvidos na morte do PM e do GCM moravam num raio de 10 quilômetros dos locais da chacina. Ribeiro residia há menos de 500 metros do bar na Rua Antônio Benedito Ferreira, onde oito morreram, e Brito morava a 1 quilômetro. Suspeita-se que ambos frequentavam o local.
Investigações
Na terça (18), a Corregedoria da Polícia Militar convocou para colaborar nas investigações 32 policiais que trabalhavam em Osasco e Barueri na noite da cachina. Os policiais, que fazem parte do 42º Batalhão da PM, em Osasco, e do 20º Batalhão, em Barueri, não são considerados suspeitos até o momento, mas testemunhas nas investigações.
A Secretaria da Segurança Pública também oferece recompensa de 50 000 reais para quem ajudar com informações que levem à identificação e à prisão dos autores da chacina. O caso é investigado por uma força-tarefa composta por setenta policiais civis e técnico-científicos na sede do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa, na capital.
A polícia afirma que três grupos distintos podem ter cometido as mortes. “São, no mínimo, dez criminosos envolvidos. As imagens apontam que havia quatro pessoas em um Peugeot e mais duas em uma motocicleta, em Osasco”, disse, em nota, o secretário Alexandre de Moraes.