Número de mortos por metanol em SP sobe para 9
Uma das vítimas foi um jovem de 25 anos que estava em coma desde 1º de setembro
O número de mortes confirmadas por intoxicação por metanol subiu de 7 para 9 no estado de São Paulo, segundo boletim divulgado pelo governo paulista nesta sexta-feira (24). Outras 19 mortes seguem em investigação no estado.
A oitava vítima foi Rafael Anjos Martins, jovem de 25 anos que morreu nesta quinta (23). Ele estava em coma desde o dia 1º de setembro, após consumir um gin adulterado com metanol comprado em uma adega na zona sul de São Paulo. A última morte confirmada foi de uma mulher de 27 anos, de Osasco, em 23 de setembro, ainda não identificada.
Ao todo, no Brasil, foram registradas 15 mortes confirmadas – 9 em São Paulo, 6 no Paraná e 6 em Pernambuco – e 32 sob investigação. Os casos confirmados no país chegaram a 58.
O que é o metanol?
O metanol é um álcool utilizado como adulterante de combustível de automóvel e de bebidas alcoólicas, por fábricas clandestinas e falta de controle rigoroso na fabricação. Também é encontrado em fluido limpador de para-brisas e é matéria-prima para a fabricação de biodiesel.
Embora o metanol em si não seja tóxico, a toxicidade surge da metabolização no corpo, que forma metabólitos tóxicos para o organismo, especialmente para o sistema nervoso central.
Quando o metanol é ingerido, ele é metabolizado por uma enzima chamada álcool desidrogenase e vira um formaldeído. Posteriormente, é transformado em ácido fórmico por outra enzima chamada aldeído desidrogenase. Os produtos dessa transformação são responsáveis pelas alterações gastrointestinais, neurológicas e pelo depósito direto do álcool no aparelho ocular.
Sintomas de intoxicação por metanol
As manifestações clínicas da intoxicação por metanol começam a acontecer de 12 a 24 horas após a ingestão da substância e incluem:
- alterações de comportamento;
- sonolência;
- incoordenação;
- dor abdominal;
- enjoo;
- vômito;
- dor de cabeça;
- alterações visuais, como visão dupla, turvação visual, redução da acuidade visual e até cegueira;
- em alguns casos, alterações hemodinâmicas, como queda da pressão arterial e aumento dos batimentos cardíacos.
Diagnóstico de intoxicação por metanol
O diagnóstico começa com a avaliação epidemiológica e a história de exposição. “Não é comum uma pessoa jovem, previamente saudável, desenvolver subitamente esses sintomas. Quando a gente começou a ter um aumento de casos, foram justamente em pessoas sem qualquer fator de risco ou qualquer outro agravo que justificasse”, analisa o médico emergencista, Felipe Liger, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “De certa forma, a gente acaba atuando um pouco como detetive.”
Em paralelo, outras causas são excluídas. A dosagem de metanol no sangue e a gasometria arterial são realizadas para confirmar a intoxicação. “A intoxicação por metanol é uma das grandes causas de alteração no pH do sangue, que pode ser avaliada por gasometria arterial.”
A equipe médica é alertada para avaliar obrigatoriamente a possibilidade de intoxicação por metanol em pacientes com idade compatível, história epidemiológica compatível de exposição e manifestações gastrointestinais ou neurológicas e visuais.
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