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Novas notícias de latrocínio na capital geram medo na população, que muda hábitos pela insegurança

Confira dados e depoimentos sobre o panorama da capital

Por Luana Machado
10 abr 2025, 13h00
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Ciclistas homenageiam Vitor Medrado: morto em fevereiro, no Itaim Bibi (Eduardo Knapp/ Folhapress/Reprodução)
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Residente em Pinheiros, segundo bairro com o maior registro de assaltos em janeiro deste ano — 271 no total, segundo relatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), que possui uma delegacia especializada em roubos e latrocínios no Departamento de Investigações Criminais (Deic) —, a publicitária Rosanne Brancatelli, 60, anda assustada. “Nós, moradores, buscamos suporte de câmeras privadas, deixamos de frequentar comércios em determinados horários e saímos com celular e dinheiro extras”, confessa ela, que passou a sentir mais medo depois que o jovem de 23 anos, Vitor Rocha e Silva, foi baleado e morto durante uma tentativa de roubo na Rua Joaquim Antunes, em 23 de janeiro.

Este foi um dos nove latrocínios registrados na cidade no primeiro bimestre de 2025. Alguns deles com grande repercussão por conta do local em que aconteceram — como o do ciclista Vitor Medrado, executado a tiros antes mesmo de se dar conta do assalto, em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi, em 13 de fevereiro — ou pela proximidade entre as ocorrências. No dia 2 de abril, mais um crime bárbaro: um homem de 37 anos foi assassinado por um assaltante na Vila Santo Henrique, na Zona Leste, um dia antes de o arquiteto Jefferson Dias Aguiar, 43, ter o mesmo destino, após ser baleado por dois criminosos no Butantã.

Embora alarmantes, os crimes recentes não demonstram aumento nos casos segundo dados oficiais, que indicam até redução em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas treze ocorrências. E números dos últimos cinco anos (veja o gráfico abaixo) apontam para uma oscilação, com altas e quedas. Professor no Departamento de Sociologia da USP e membro do Núcleo de Estudos da Violência, Marcos César Alvarez explica o descompasso entre a percepção da população e os dados estatísticos sobre segurança pública. “O medo é legítimo, mas nem sempre é sincronizado com os registros oficiais. O latrocínio é um dos crimes que mais impacta nesse sentido, justamente pelo grau de violência, que afeta mais as pessoas do que estatísticas. E em uma cidade da dimensão de São Paulo, o sentimento é ainda mais heterogêneo, porque temos vários centros e várias periferias”, explica.

Habitante da Zona Sul, área que obteve dois registros de roubo seguido de morte no primeiro bimestre, o motoboy Victor Freitas, 25, diz ter mais receio de circular com o veículo na Zona Oeste. “Rodo principalmente em Pinheiros e vejo roubos todos os dias. É moto, carro, celular, por isso preciso ficar sempre atento”, afirma. Presidente do Coletivo Pinheiros, Vanêssa Rêgo participa das reuniões do Conselho Comunitário de Segurança e afirma: “Estamos cobrando mais efetivo nas ruas, posto policial fixo, instalação de câmeras do Programa Muralha Paulista e maior integração entre as polícias.

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Fonte: Portal SSP/SP Vida (Veja SP/Veja SP)
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A sensação de segurança nunca vem em uma única ação”. Em nota, a SSP indicou que realiza reforço de efetivos nas áreas mapeadas como mais vulneráveis, mas destacou a estabilidade da quantidade de latrocínios em fevereiro na capital, se comparada a outros anos. A sensação de insegurança, contudo, só aumenta.

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