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“Eram 250 pessoas chorando”, diz noivo de mulher morta em helicóptero

Aeronave com a noiva caiu pouco antes da cerimônia de casamento, que seria realizada em São Lourenço da Serra

Por Sérgio Quintella
Atualizado em 1 jun 2017, 15h48 - Publicado em 6 dez 2016, 16h21
Rosemeire Nascimento Silva
Rosemeire Nascimento Silva (Arquivo pessoal/)
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Quando chegou ao local onde seria realizado seu casamento, o sítio Recanto Beija-Flor, em São Lourenço da Serra, por volta das 15h30 de domingo (4), o chaveiro Udirley Marques Damasceno, de 34 anos, imaginava que sua noiva, a auxiliar de enfermagem Rosemeire Nascimento da Silva, de 32, já estivesse por lá. A cerimônia, aguardada por 250 convidados, começaria em meia hora.

“Eu estava tranquilo, coloquei a gravata e fui para o altar esperar a Rosemeire. Pensava que ela iria se arrumar lá mesmo”, relata Damasceno, nascido na Bahia e desde os 11 anos vivendo em Taboão da Serra.

Naquele mesmo domingo, no entanto, Rosemeire havia decidido fazer uma surpresa para seu noivo e, sem avisá-lo, contratou um helicóptero para levá-la à festa. O casamento acabou interrompido pela queda da aeronave, que matou todos os passageiros.

Em entrevista a VEJA SÃO PAULO, Damasceno narrou a sequência de acontecimentos no casamento até ele ser informado do acidente:

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“Quando deu quatro horas da tarde, começaram a organizar a fila dos padrinhos. Eu já estava lá com a minha mãe. Minha filha de 6 anos, fruto do meu primeiro casamento, era a daminha de honra. Nesse momento fui avisado pelo cerimonialista que a Rosemeire chegaria de helicóptero mas que, devido ao mau tempo, ela se atrasaria. Meia hora depois, o dono do espaço me chamou em um canto e informou que a aeronave havia caído, mas que ele não tinha informação de vítimas. Depois disso chegou a notícia derradeira e foi uma choradeira só. Imagina 250 pessoas chorando desesperadamente”.

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Damasceno relembra com carinho como a noiva gostava de fazer surpresas.

“A Rosemeire era detalhista, fez tudo para festa com muito amor, desde os preparativos até os enfeites. E gostava de pensar em surpresas para mim. Infelizmente essa última não pôde ser concretizada”, lamenta.

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O casal se conheceu há cerca de três anos, mas os dois começaram a namorar apenas em 2015.

“Foi tudo muito rápido. Frequentávamos a mesma igreja, eu conhecia a família dela, mas nunca conversamos muito. Depois de algumas trocas de olhar, começamos a namorar. Mas não sem antes eu falar com o irmão dela, que infelizmente decolou junto”.

Helicóptero cai São Lourenço da Serra
Helicóptero cai São Lourenço da Serra ()
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Damasceno se refere ao vendedor Silvano Nascimento da Silva, de 40 anos, que também foi vítima do desastre.

“Como a Rosemeire perdeu o pai muito cedo, tinha o Silvano como sua principal referência masculina. Ele nos ajudou muito para realizarmos nosso sonho, que infelizmente acabou da pior forma possível”, relata. Irmão e irmã foram sepultados juntos, na segunda (5), no Cemitério Parque Paulista, em Embu das Artes.

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A lua de mel seria em Natal (Rio Grande do Norte), e começaria na segunda (5). A casa em que eles morariam, em Taboão da Serra, já estava mobiliada e pronta para a chegada do casal. “Nem sei o que fazer com os presentes. Vou deixar para a mãe dela decidir. Podemos doar para minha cunhada, irmã mais nova da Rosemeire, que vai se casar no ano que vem”, prevê.

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As causas do acidente estão sendo investigadas pela Polícia Civil e pela Aeronáutica. O delegado que cuida do caso, Albano Fernandes, acredita que a queda deveu-se ao mau tempo e possivelmente a falha humana. Testemunhas que viram o desastre prestaram depoimento na delegacia de São Lourenço da Serra. Segundo relatos, o piloto teria ficado “encurralado” entre nuvens e bateu com a cauda do equipamento em uma árvore.

Outras duas pessoas também morreram no acidente. Nesta terça (6), o corpo da fotógrafa Nayla Cristina, que estava grávida de 6 meses, foi enterrado em Itapecerica da Serra, e o di piloto Peterson Pinheiro, em Suzano.

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