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Personalidades nordestinas criticam discriminação e falam em unir o país

Comentários preconceituosos e suposta divisão ideológica entre Norte e Sul geraram polêmica nas redes sociais

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 13h54 - Publicado em 27 out 2014, 19h47

Bastou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgar a vitória de Dilma Rousseff (PT), e os veículos de imprensa mostrarem a divisão de votos por regiões do país, que as redes sociais se inflamaram com uma multiplicação de comentários preconceituosos na noite de domingo (26). Até mapas com a divisão do país entre Norte e Sul – ou entre estados vermelhos e azuis – foram publicados.

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VEJA SÃO PAULO conversou com algumas personalidades e artistas nordestinos sobre a suposta separação ideológica do país. A resposta de todos foi na mesma direção: essa divisão não existe.

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“Sudeste e Nordeste deram quase a mesma quantidade de votos para Dilma. Não vejo separação e os números mostram isso. Há um preconceito contra o Nordeste, que sempre existiu. Temos que ficar atentos para abafá-lo, para que isso não se repita”, afirmou o músico baiano Lucas Santanna.

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De acordo com o TSE, a diferença entre as duas regiões foi de pouco mais de 300 000 votos. Além de grande parte dos estados do Norte e Nordeste, Dilma Rousseff também venceu em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, onde teoricamente Aécio Neves (PSDB) teria mais influência.

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“São pessoas mal informadas que não entendem o valor de cada região. Temos que nos unir ao invés de nos separar”, disse o músico pernambucano China. “Fico triste, mas defendo minhas origens e defendo um país mais inteligente. Burro é o cara que não percebe que somos todos farinha do mesmo saco.”

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As ofensas mais comuns entre os internautas se referiam aos programas sociais do governo, como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. “As pessoas não percebem que muitos eleitores não recebem Bolsa Família, mas com o governo Lula, houve a priorização de investimentos na região”, explica a presidente do Centro de Tradições Nordestinas (CTN), Renata Abreu.

A organização recebeu uma série de ofensas por meio de seu site e das redes sociais. “Vir com atitudes racistas e preconceituosas é uma vergonha. Esse pessoal tem que ser preso. Não é assim que se trata o direito democrático”, afirmou Renata.

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Eleitor assumido de Aécio Neves, o chef “pariolista” (mistura de paraibano com paulista) Carlos Ribeiro, do restaurante especializado em comida brasileira Na Cozinha, disse ter se chateado com o resultado das eleições e com as ofensas que viu na internet: “Entendo que é um momento de revolta, desgosto e repúdio. Gente mal-educada e sem pensamento no coletivo tem em todo lugar. A democracia, no entanto, deve ser respeitada”.

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