“New York, New York” seduz com belo visual e boas interpretações
Mérito está na direção de José Possi Neto; Alessandra Maestrini e Juan Alba são o casal de protagonistas do musicall
Com base no romance de Earl Mac Rauch, o cineasta Martin Scorsese levou às telas em 1977 a história de amor da cantora Francine Evans e do saxofonista Johnny Boyle (interpretados por Liza Minnelli e Robert De Niro). A trama, ambientada nos Estados Unidos logo depois da II Guerra Mundial e em meio à decadência das big bands, parece ter vocação para o palco. Em sua primeira versão teatral, “New York, New York” ganhou adaptação do próprio Rauch, direção cênica de José Possi Neto e musical de Fábio Gomes de Oliveira. Dezesseis atores-cantores, treze bailarinos e 25 músicos totalizam os 54 artistas da produção, capaz de sobrepor suas qualidades aos defeitos.
Alessandra Maestrini e Juan Alba protagonizam o musical. Enquanto ela dá um show de técnica, com voz afinadíssima e postura altiva que equilibra a determinação da personagem, Alba se esforça e convence no papel do instrumentista de talento inferior ao da mulher amada. O grande mérito, porém, é da direção de Possi Neto, ao criar uma montagem repleta de belas cenas casadas à altura com as coreografias de Anselmo Zola e Kika Sampaio. No elenco secundário, os números de Simone Gutierrez e Julianne Daud soam desnecessários para a narrativa, e as duas se saem melhor nas cenas coletivas. E, mesmo se arrastando demais, o espetáculo seduz pelas interpretações arrebatadoras — em inglês — de ‘Sing, Sing, Sing”, “The Man I Love, My Way” e, claro, “New York, New York”.
AVALIAÇÃO ✪✪✪