Crianças elegem a melhor decoração de Natal dos shoppings
Entre os oito endereços selecionados, ganhou quem investiu em interatividade

O fim de ano se aproxima e muitas famílias paulistanas aguardam por um dos passeios mais tradicionais da cidade: levar as crianças aos shoppings para ver a decoração de Natal e dar um beijo no Papai Noel. Foi-se o tempo, no entanto, em que esses estabelecimentos simplesmente enfeitavam uma árvore e contratavam um senhor bonachão para distribuir pirulitos. Cada vez mais caprichosos, eles agora têm oficinas infantis, brinquedos e atividades especiais.
Para escolher os campeões da decoração natalina, VEJA SÃO PAULO selecionou oito shoppings espalhados pela capital e convidou cinco especialistas mirins para visitá-los. Nossos avaliadores são crianças espertas, animadas, que já sabem escrever lista de presentes e juram de pés juntos que o Bom Velhinho existe, sim senhor. Durante o último fim de semana, os alunos do Colégio Pentágono Artur Bertolassi, Manuela Ghiselli, Marina Vitulli e Rodrigo Chojniak, todos com 6 anos, e Mel Vitulli, de 5, ficaram de olho nos detalhes do passeio.
Cada shopping foi avaliado pelos critérios diversão (presença de oficinas e brinquedos) e encantamento (beleza e impacto do cenário). A pontuação máxima indica excelente. O campeão foi o Higienópolis, com sua árvore imensa, carrossel e oficina. Na peregrinação, houve momentos engraçados. Quando saímos do Villa-Lobos e fomos para o Eldorado, Rodrigo questionou: “Como o Papai Noel conseguiu chegar antes de nós?”. Por sorte, sua mãe foi ligeira: “É que o trenó anda muito mais rápido que a nossa van”.
Foi difícil segurar o Artur quando ele descobriu que embaixo da árvore de Natal de 20 metros de altura havia um carrossel. “Aqui dá para brincar mesmo”, gritou logo antes de sair correndo em direção aos cavalos de madeira. O Pátio Higienópolis ocupa a primeira posição porque é o mais voltado para crianças, ao mesmo tempo em que faz brilhar os olhos dos adultos por causa da decoração da designer Cecilia Dale. Ao encontrar um cavalo de camurça branco preso a uma charrete cheia de presentes, mas que mexe a cabeça, Manu perguntou: “É de verdade?”. Na ala recém-inaugurada, uma fila de cinco minutos se formava para cumprimentar um Papai Noel simpático e de bochechas rosadas. Bem ao lado, muitos pais e filhos se aglomeravam no espaço da oficina de biscoitos, onde crianças de 4 a 10 anos fazem cookies de gengibre. Como são apenas dozes vagas por aula, e cada uma dura cinquenta minutos, quando Artur e Manu tentaram se inscrever, a espera era de duas horas.
Diversão: excelente
Encantamento: excelente
Ponto alto: além do carrossel, a criança pode ficar por cinquenta minutos na oficina de biscoitos sem os pais.
Ponto baixo: as filas costumam ser muito longas nos fins de semana.
Tempo médio de visita: três horas
2º Morumbi

Quem visitar o shopping vai perceber que a entrada principal foi transformada em território infantil. Dezenas de crianças correm livremente de um lado para outro e se divertem nos três escorregadores do salão. Monitores atenciosos ficaram de olho enquanto Rodrigo, Marina e Mel se divertiam no local. “É muito mais legal quando tem brinquedo de verdade”, afirmou Rodrigo. A alegria foi tamanha que as crianças ficaram ali por quase uma hora e simplesmente se esqueceram do Papai Noel. Para achá-lo, é preciso subir um lance de escada rolante.

Diversão: muito bom
Encantamento: muito bom
Pontos altos: o espaço com três escorregadores e a área livre para a correria
Ponto baixo: o Papai Noel fica em outro piso e as crianças se esqueceram dele
Tempo médio de visita: uma hora e meia
3º Eldorado

Na praça central do 1º andar, as crianças têm a chance de conhecer uma parte da casa do Papai Noel que raramente é retratada: a biblioteca. A graça, ali, é usar uma mesa para escrever a lista de presentes e, depois, colocá-la numa caixinha-postal. “Espero que a minha carta chegue direitinho ao Polo Norte”, disse Marina. No mesmo espaço ficam a árvore de 15 metros de altura (com algumas luzes apagadas) e o Papai Noel, que passa quase o dia inteiro ouvindo pedidos e distribuindo balas. Nos momentos em que ele precisa se ausentar, os duendes acalmam as crianças. Explicam que era preciso “alimentar as renas”. Nesses intervalos, os pequenos são entretidos por monitores, que contam histórias natalinas.

Diversão: muito bom
Encantamento: bom
Pontos altos: lugar para escrever, postar as cartas e outro para ouvir histórias
Ponto baixo: precisa levar papel e caneta para escrever as cartinhas
Tempo médio de visita: uma hora e meia
4º Center Norte

Pela forma como o cenário foi montado, parece que o Papai Noel espera pelas crianças na porta de sua casa (ou seria fábrica de presentes?). Mas elas não conseguem entrar nessa construção, que só mostra a fachada da residência. Curiosidade: existem 24 janelas, que serão abertas uma por uma a partir de 1º de dezembro, numa contagem regressiva para o Natal. O lugar mais bacana, no entanto, fica a alguns passos dali, no chamado Espaço Kids. É um quiosque de madeira onde monitoras vestidas de Mamãe Noel e monitores trajados de duendes realizam oficinas para crianças de 4 a 12 anos. Elas aprendem a criar cartões, calendários e enfeites. “Nunca tinha feito um cartão”, contou Artur. “No meu, pedi uma boneca”, afirmou Manu.

Diversão: muito bom
Encantamento: regular
Ponto alto: os filhos ficam na oficina de brinquedos por meia hora enquanto os pais fazem compras
Ponto baixo: falta charme à casa do Papai Noel, de madeira escura
Tempo médio de visita: uma hora
5º Anália Franco

Caminhar pela Vila do Papai Noel é a grande novidade do shopping, cuja decoração de Natal foi feita pela designer Cecilia Dale, a mesma que fez a do Pátio Higienópolis. Ela montou uma praça cenográfica, onde pais e filhos conhecem lugares como a capela e a banca de flores do Bom Velhinho. No passeio há também uma panificadora, a parada de que Artur mais gostou. “Eu só queria que o pão fosse de verdade.” O ponto preferido de Manu foi a taverna, onde um Papai Noel artificial monta pizzas. “Queria morar aqui.” Quem esquecer a câmera poderá recorrer a uma fotógrafa, que cobra entre 10 e 15 reais pelo retrato no trenó. Um quiosque vende canecas e outros suvenires natalinos.

Diversão: bom
Encantamento: muito bom
Ponto alto: o cenário, que imita a vila onde mora o Bom Velhinho
Ponto baixo: os itens são de plástico, inclusive o pão, as pizzas e as flores
Tempo médio de visita: quarenta minutos
6º Iguatemi

“Nossa, deve ter dado muito trabalho para arrumar tudo isso!” Foi assim que Mel reagiu quando viu a decoração interna do shopping. A praça central se transformou numa estação de trem, com direito a torre de relógio, barraca de pipoca, 63 bonecos eletrônicos e um trenó com renas preso no teto. O espaço, no entanto, é cercado por um muro e ninguém pode entrar. “Seria muito mais legal se a gente pudesse brincar ali dentro”, disse Rodrigo. Ele se divertiu mesmo foi na calçada da Avenida Brigadeiro Faria Lima, onde um Papai Noel de 5 metros de altura acompanhado de um labrador igualmente gigante dava as boas-vindas às crianças.

Diversão: regular
Encantamento: excelente
Pontos altos: o boneco e o labrador gigantes na porta do shopping
Ponto baixo: ninguém pode entrar na estação de trem cenográfica
Tempo médio de visita: trinta minutos
7º Villa-Lobos

O Papai Noel deste shopping é o melhor presente que os pais poderiam receber no Natal. Ele foi o único a dar conselhos sobre o sem-fim de pedidos das crianças. “Mostrei minha lista, mas ele disse que era longa demais”, contou Rodrigo. “Falou que só tinha dinheiro para construir três presentes.” Após receberem um beijo do Bom Velhinho, as crianças foram explorar o local e encontraram mesas, cadeiras e uma estante cheia de vinhos. Deduziram que era uma área para adultos e, na ausência de qualquer brinquedo, foram se divertir na loja em frente, que vende filhotinhos de animais.

Diversão: regular
Encantamento: muito bom
Ponto alto: Papai Noel simpático e camarada com os pais
Ponto baixo: a ausência de brinquedos
Tempo médio de visita: trinta minutos
8º Vila Olímpia

Um pinheiro com 12 metros de altura, na praça principal do shopping, é o destaque da decoração. Ao redor dele está um quiosque charmoso, cheio de luzes verdes e renas eletrônicas — a que finge estar dormindo encanta todas as meninas. Os meninos, por sua vez, sentem-se meio perdidos por aqui. Tanto que Artur começou a ficar irritado porque só queria ir ao boliche do centro de compras. No piso de cima, um Papai Noel meio sem graça recepcionava as crianças. “Ele é de mentira, a barba é muita curta”, acertou Artur ao conhecer um velhinho com sotaque paulistano bem carregado.

Diversão: regular
Encantamento: bom
Ponto alto: as renas eletrônicas que se movimentam
Pontos baixos: a decoração tímida e um Bom Velhinho pouco convincente
Tempo médio de visita: vinte minutos
ENQUANTO ISSO, NA PAULISTA…

A avenida-símbolo de São Paulo começa a ganhar um charme especial. No Shopping Center 3, a decoração homenageia o maestro João Carlos Martins. Entre os enfeites, encontram-se notas e instrumentos musicais. Há três pinheiros ornados com luzinhas amarelas, laços vermelhos e bolas douradas. Um deles fica posicionado sobre um coreto que, a partir de 1º de dezembro, servirá de palco para apresentações de 32 corais. Ao lado do Colégio São Luís, o Edifício São Luís Gonzaga dedica sua fachada à história do nascimento do Menino Jesus, com figuras de Maria, José e dos três Reis Magos. Dois bonecos de Papai Noel, sentados no prédio, completam o cenário. A agência do Itaú Personnalité, na esquina da Alameda Ministro Rocha Azevedo, está em fase de preparativos finais. Já é possível observar pinheirinhos e testes das lâmpadas durante o dia. A inauguração está prevista para o início de dezembro.