Na cola de Paris Hilton
Fila da imigração e carro quebrado marcam a chegada da herdeira americana, que desembarcou na cidade na quinta-feira para desfilar na São Paulo Fashion Week
Fosse num programa policial tipo ‘Aqui Agora’, a chegada de Paris Hilton a São Paulo poderia ir ao ar antecedida por um bordão como “momentos de grande emoção”. Assim foi para quem acompanhou o desembarque da herdeira da rede de hotéis Hilton na última quinta. A reportagem de VEJA SÃO PAULO foi ao Aeroporto de Cumbica ver a loira, que pintava por aqui para desfilar e posar para fotos da campanha da grife Triton, por cachê estimado em 500 000 reais.
O que teve de tão eletrizante? Coisas que, no mundo dos demais mortais, não passariam de corriqueiras, mas ganham proporções diferentes por se tratar de uma celebridade. Exemplo: ela foi obrigada a encarar a fila da Polícia Federal no périplo imigração-alfândega. “Argumentei com os oficiais, mas não houve jeito”, afirmou, inconformado, o empresário dela, Jamie Freed. “Não demos sorte.” Demorou intermináveis (para uma famosa) quarenta minutos da aterrissagem à saída da moça com suas três malas — cada uma delas tem o nome da “gata garota” gravado em alto-relevo, como nas bolsas monogramadas da Louis Vuitton.
Três fotógrafos esperavam por ela. Alguém havia dito que o cachorrinho de Paris viria junto, o que fazia qualquer som similar a um latido render flashes e flashes em vão. Exceto por uma senhora e um rapazote de celular na mão, não havia fãs no pedaço. Ainda assim, rolou um alvoroço no percurso até o BMW X5 blindado, um dos três carros que esperavam por ela. Um guarda-costas com cara de muito bravo escorraçava quem ousasse se aproximar.
“Vá resolver isso com o agente dela”, rosnou ao repórter, que pediu para discutir a agenda da, bem, modelo para o dia. Todos instalados nos veículos, a caravana sai e… momentos de grande emoção! O possante que levava Paris dá defeito. “Morreu e não consigo ligar de novo”, dizia, tenso, o motorista Marcelo. A estrela deslocou-se com sua sacola e seu cobertorzinho matelassado (tudo cor-de-rosa) para um Volvo XC60, deixando os dois seguranças que o ocupavam a pé.
Funcionários da marca estavam escalados para uma prova de roupas no hotel, às 12 horas. Freed, o empresário, pergunta se seria possível postergar para o fim da tarde. Conta que sua cliente havia dormido pouco no voo. Apesar de terem vindo de primeira classe, houve turbulências. “E, a cada vez que iam mandar afivelar os cintos, avisavam em três idiomas”, explica. Chega uma mensagem de texto no celular dele. “Hey, babe, pede serviço de quarto para mim?”, dizia. Era Paris, claro. Queria um sanduíche de frango grelhado, com alface e sem maionese, acompanhado de salada ceasar, suco de tomate e Sprite. Os estilistas da marca dizem ser impossível adiar o compromisso, pois dificultaria qualquer ajuste nas peças do desfile.
O destino da caravana é o Hotel Emiliano, nos Jardins, onde Paris ocuparia a suíte mais chique, cuja diária mínima é de 2 000 reais. “Vamos usar o esquema GB”, diz um dos seguranças, num radinho, referindo-se às iniciais de outra estrela ali hospedada nos últimos dias: Gisele Bündchen. Consiste em descer com o carro até o 2º subsolo do prédio e, de lá, pegar um elevador direto para o quarto. Conforme o comboio se aproxima da Rua Oscar Freire, Freed quer saber sobre a verba para miudezas de Paris. “Pelo contrato, temos direito a 250 dólares diários para pequenas compras”, afirma. “E ela com certeza vai querer visitar as lojas daqui.”