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Governo de São Paulo e USP estudam mudar gestão do Museu do Ipiranga

Hoje, a gestão é 100% estatal, feita diretamente pela universidade

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 18 mar 2019, 10h28 - Publicado em 18 mar 2019, 09h07

O governo do Estado e a Universidade de São Paulo (USP) estudam mudar a administração do Museu Paulista – mais conhecido como Museu do Ipiranga. Hoje, a gestão é 100% estatal, feita diretamente pela universidade.

“A ideia é que até o final deste ano possamos estabelecer o modelo de gestão, de governança e o plano de sustentabilidade para o momento pós-conclusão da obra e pós-inauguração. Mas a ideia é que não seja uma administração direta da USP”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

Entre as possibilidades de novo modelo de administração do Museu são consideradas fundação, organização social e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), de acordo com Leitão. Secretarias envolvidas e a universidade vêm discutindo em uma série de reuniões o novo modelo e a data de transferência.

Com o lançamento do edital das obras previsto para julho, o início da restauração e da reforma do Museu deve ocorrer em setembro. A expectativa é finalizá-las em 30 meses – ou seja, em 2021. A instituição está fechada para visitação desde 2013 e deve ser reaberta em setembro de 2022, na celebração do bicentenário de Independência do Brasil. 

“Todos querem que o museu tenha uma gestão profissional. O modelo 100% estatal de gestão de museus e centros culturais não funciona. Não há um exemplo de instituição que funcione com qualidade e excelência que tenha esse modelo. Se você está em um órgão público, o seu orçamento está no orçamento geral daquele órgão público. Então, se precisar tirar dinheiro do Museu para pagar o salário dos professores da USP, isso vai acontecer e o museu vai sofrer”, disse Leitão.

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O custo total da obra está estimado em R$ 160 milhões. A reforma interna e a construção de um subsolo com a nova entrada pelo Parque da Independência estão orçados em R$ 120 milhões. O projeto prevê acesso ao Museu por duas escadas rolantes e um elevador. Outros R$ 40 milhões dizem respeito a mobiliário, revestimento, equipamentos e sinalização. O montante será repassado por meio de renúncia fiscal, possibilitada pela Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), em até quatro etapas, de dezembro de 2019 a dezembro de 2022.

“Há um projeto aprovado no valor de R$ 50 milhões que corresponde à primeira etapa da obra. Estamos falando dos gastos de 2019 e 2020”, explicou o secretário. Em seguida, o governo pretende fazer mais dois projetos. “Teríamos um projeto complementa à obra, de R$ 70 milhões, e depois o de R$ 40 milhões, com a terceira parte.” Será um projeto por ano, até 2022.

Até agora, o governo tem R$ 12 milhões assegurados pela empresa do setor elétrico EDP, a primeira patrocinadora. Para que a obra comece em setembro, afirma Leilão, são precisos R$ 20 milhões. A administração estadual corre para captar recursos. Pelo menos dois eventos da USP e do governo devem ocorrer neste semestre em busca de patrocinadores.

A expectativa da gestão João Doria (PSDB), segundo o secretário, é conseguir pelo menos 20 patrocinadores para chegar, no total, a R$ 160 milhões. Em um segundo momento, o Museu fará campanha para a população contribuir com o projeto em pequenas cotas. 

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Caso seja oficializada a mudança do modelo de gestão, o governo fará um acordo com a universidade para que a parte de ensino e pesquisa seja mantida com a USP. A preocupação do governo estadual é que a programação e as atividades educativas não sejam interrompidas.

“Esperamos que esses 20 patrocinadores também se juntem nesse esforço (relativo) ao custeio, à manutenção e à realização de atividades do Museu ao longo dos anos para que ele também tenha sustentabilidade. Agora (o Museu) vai passar a ter área de eventos e outras fontes de renda”, disse Leitão. 

Em nota, a USP confirmou que o modelo de gestão vem sendo discutido com o governo. A universidade informou que, nos últimos anos, as despejas para o funcionamento do Museu e para a preparação do edifício para o restauro “aumentaram sensivelmente”. No ano passado, foram gastos mais de R$ 30 milhões, diz a USP.

Um grupo de trabalho foi nomeado pela Reitoria para estudar modelos de gestão de museus universitários. “A universidade pretende, ouvindo as instâncias pertinentes, adotar o modelo mais adequado à realidade nacional e que atenda às exigências da instituição.”

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Até junho, a USP deve concluir a transferência do acervo para sete imóveis localizados no entorno do Museu. O processo teve início no primeiro semestre de 2017 e está 85% finalizado – falta remover cerca de 35 mil objetos. Já foram transportados 300 mil papéis, 60 mil imagens, 70 mil livros e periódicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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