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Motoristas complicam o tráfego perto da árvore de Natal do Ibirapuera

Carros reduzem velocidade para, em média, 20 quilômetros por hora em frente a decorações de fim de ano

Por Maria Paola de Salv
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Quem circula nesta época do ano por ruas repletas de fachadas iluminadas e enfeitadas ouve mais que os acordes de Noite Feliz, Jingle Bells ou Então É Natal. Muitas vezes, as canções são interrompidas por uma sinfonia de buzinas. Luzes, bolas, guirlandas e anjos têm o poder de, literalmente, parar o trânsito. “Os carros diminuem a velocidade e fazem fila para fotografar aqui”, diz o bombeiro civil Ricardo Moraes da Silva, responsável por inspecionar a decoração natalina da agência Trianon do Itaú Personnalité, na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Ministro Rocha Azevedo. “Nos fins de semana, é um buzinaço só.” Na noite da última segunda-feira, houve até quem estacionasse na calçada para ver de perto a atração, sem ligar para as viaturas da CET.

Em vias movimentadas como a Avenida Paulista, um único motorista que pare por três minutos para tirar fotos provocará uma fila de cerca de 300 metros. Tirar o pé do acelerador para ver melhor o Papai Noel pode parecer inofensivo, mas também atrapalha o tráfego. Neste caso, quem vem atrás pisa no freio e a lentidão se forma. “Os enfeites despertam curiosidade e causam o mesmo efeito de um acidente no trânsito”, afirma Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transportes. “Alguns veículos passam pelo local a cerca de 20 quilômetros por hora ou menos.”

Os congestionamentos aumentam à medida que o fim do ano se aproxima. Na primeira quinzena de novembro, o índice de lentidão foi 16% maior que o registrado no mesmo período de outubro. Os 24 dias que antecedem o Natal são ainda mais críticos. Em dezembro de 2007, a média foi de 96 quilômetros de vias congestionadas, 21% a mais que em 2006. “Por causa das compras, o trânsito extrapola os horários de pico e fica caótico durante o dia todo”, explica Figueira. Desta vez, em relação ao ano passado, a CET espera menos problemas, graças à restrição à circulação de caminhões implantada em junho. Um contingente de 190 marronzinhos estará a postos nos pontos considerados mais críticos.

Estima-se que cerca de 1,5 milhão de microlâmpadas sejam espalhadas pela cidade. As atrações natalinas – e o trânsito – se concentram nas regiões da Paulista e do Ibirapuera. Na avenida, três edifícios de bancos (Real, Itaú e Bradesco) e o Conjunto Nacional já estão decorados. O Parque Trianon também ganhou iluminação especial. A novidade deste ano é o show de luzes do prédio do Masp, no qual serão projetadas imagens de algumas obras do acervo do museu a partir do dia 12, às 20 horas. Perto dali, na Rua Domingos de Morais, o Colégio Marista Arquidiocesano tem chamado a atenção dos motoristas. Quando as luzes do prédio foram acesas, na noite do último sábado, uma fila de carros se formou e tumultuou o tráfego.

Neste domingo (7), a CET vai bloquear a Avenida Pedro Álvares Cabral das 16 horas às 22h30. Como é tradição há sete anos, a Árvore de Natal do Ibirapuera, com 70 metros de altura, será inaugurada. Ao lado dela, no lago, a Fonte Multimídia lança suas águas dançantes para o alto. Cada um dos dois shows diários dura trinta minutos e atrai por volta de 5 000 pessoas aos gramados do parque. “Nas noites de sábado, vendo pipoca até para quem está dentro do carro e pára para ver”, diz o pipoqueiro Rafael Alves, um dos poucos paulistanos para quem o trânsito no Natal é um ótimo negócio.

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