Motorista do Uber diz ter sido enforcado com cinto por ladrões
Profissional reclama do tratamento que recebeu da empresa após relatar o assalto
Um motorista do Uber relatou ter sido assaltado por três homens na noite da última sexta (2), no Campo Limpo, Zona Sul. O episódio teria ocorrido por volta das 22h30, quando Jean Paulo Macário, de 42 anos, recebeu um chamado em Santo Amaro para uma corrida que duraria cerca de meia hora.
Ao final do trajeto, próximo à Estrada de Itapecerica, o trio de passageiros comunicou o assalto. Os dois homens que estavam no banco de trás o enforcaram com um cinto e o atingiram com socos – o outro que sentava na frente estava armado.
“Cada um puxou o cinto de um lado e tentou me enforcar. O ar começou a faltar. A todo momento eles falavam que iam me matar, perguntavam se eu estava armado e se eu tinha dinheiro”, relata o profissional, que não trazia consigo nenhum valor em espécie.
PM reage a tentativa de assalto em ponto de ônibus e mata três
Nesse momento, Macário conseguiu abrir a porta e se jogou na rua. Os bandidos fugiram com o celular da vítima e seu veículo, um Nissan Sentra ano 2013. Após cair na via, o motorista afirma não se lembrar de mais nada por cerca de meia hora. “Um colega do Uber me socorreu. Chamamos a polícia e meu carro foi localizado uma hora e meia depois”, relata.
Quando entrou em contato com a companhia, Macário ouviu que não há cobertura para danos materiais – o celular foi levado e o carro ficou danificado -, apenas as depesas médicas seriam cobertas. “Me disseram que esse é um caso de segurança pública, mas respondi que não foi a segurança pública que colocou três bandidos no meu carro. Foi o Uber. Eles deveriam se responsabilizar”, questiona.
Utilização do Waze e crise financeira diminuem congestionamentos na capital
Outra reclamação do profissional – que trabalha no ramo há um ano – é que os casos de assalto começaram a aumentar depois que a empresa passou a aceitar corridas em dinheiro. “Até pouco tempo atrás, mesmo após essa medida, nós conseguíamos saber se os pagamentos eram com cartão ou em espécie e conseguíamos cancelar quando era o caso. Agora, nem isso podemos fazer”.
Após o incidente, Macário diz repensar a vida de motorista. “Sou administrador de empresas, mas recorri ao trabalho no ano passado devido ao desemprego. Trabalho doze horas por dia e ganho 900 reais líquidos por semana. Ainda bem que meu carro está quitado. Vejo colegas suando para pagar prestações de veículos financiados. Não sei se vou continuar”.
Leia abaixo a resposta da empresa:
“Nós estamos horrorizados por esse crime terrível, mas nos aliviamos em saber que o Jean pode agora começar o seu processo de recuperação. Os indivíduos responsáveis precisam ser trazidos à justiça, e nós vamos apoiar as investigações como pudermos para que isso aconteça o quanto antes”.