Mostra reúne obras premiadas nas primeiras edições da Bienal
Em cartaz no MAC-Ibirapuera, seleção apresenta telas, gravuras, desenhos e esculturas
Quando começou a ser realizada, em 1951, a Bienal de São Paulo concedia os chamados prêmios-aquisição, divididos em várias categorias e após os quais as obras laureadas passavam ao acervo do Museu de Arte Moderna. Em 1963, contudo, o empresário e mecenas Ciccillo Matarazzo rompeu com a direção do MAM e transferiu toda a coleção ao recém-fundado na época Museu de Arte Contemporânea da USP. Desde então, a instituição mantém o excepcional conjunto, formado tanto por trabalhos comprados por Matarazzo em outros momentos — itens de Picasso, Matisse, Morandi, Kandinsky etc. — quanto pelas peças premiadas. Foram reunidas 115 dessas últimas na mostra “Um Outro Acervo do MAC-USP”, em cartaz a partir de sábado (25) na unidade da instituição no Ibirapuera.
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A seleção de telas, gravuras, desenhos e esculturas da curadora Ana Magalhães aproveita a enorme relevância da Bienal nos primeiros anos para sintetizar correntes e movimentos artísticos em voga no pós-guerra. Estão ali, por exemplo, as diversas vertentes do construtivismo e do abstracionismo informal e geométrico. A principal oportunidade do espectador é apreciar nomes hoje não tão conhecidos e lembrados, embora de alta qualidade. Caso de dois britânicos — William Scott, cujo óleo “3 de Abril” se destaca, e Prunella Clough, que comparece com a ótima litografia “Natureza-Morta com Pera”, em tons azulados — e também do pintor italiano Paolo Rissone. O gravurista francês Henri-Georges Adam tem exibida uma série de treze águas-fortes. Alguns brasileiros integram a montagem, como Milton Dacosta e Bruno Giorgi.