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Mortes de atropelados avançam 46% em São Paulo

As ocorrências subiram de 26, em fevereiro de 2016, para 38, no mês passado

Por Estadão Conteúdo
21 mar 2017, 08h59
Mortes por atropelamento tiveram aumento de 46% da cidade de São Paulo no mês de fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2016 (Reprodução/Veja SP)
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As mortes por atropelamento tiveram aumento de 46% da cidade de São Paulo no mês de fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2016. Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga), coletados com base nos registros de boletins de ocorrência da polícia. As ocorrências subiram de 26, em fevereiro de 2016, para 38, no mês passado.

O mapa que localiza as mortes de pedestres na cidade, também produzido pelo Infosiga, mostra que as ocorrências foram espalhadas pela cidade, com sete casos registrados no centro expandido.

As Marginais do Tietê e do Pinheiros não tiveram registro de mortes de pedestres – houve um óbito, de um motociclista. As vias tiveram aumento dos limites de velocidade determinado pela gestão João Doria (PSDB). A medida causou polêmica e é discutida na Justiça.

Assim, há dúvidas sobre as causas do aumento. “É esperado que ocorra aumento nos acidentes de trânsito conforme a economia volte a aquecer”, diz o consultor de mobilidade Flamínio Fischmann, ao destacar que a análise de um único mês não é precisa para revelar tendências. “É preciso um período maior”, destaca.

Por outro lado, os dados já podem ser vistos como um “sinal amarelo”, segundo outro consultor da área, Horácio Augusto Figueira. “É um indício de que alguma coisa precisa ser revista. Os tempos semafóricos para pedestres, por exemplo, não têm sido mexidos”, afirma.

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A própria Prefeitura vem divulgando aumento no número de agentes de trânsito nas Marginais, que foram deslocados de outras áreas da cidade. Para Figueira, a falta de fiscalização nos bairros pode ser uma explicação. “O cobertor é curto”, afirma. “A Prefeitura deveria investir em fiscalização aleatória de veículos, um método mais científico”, argumenta.

As mortes na capital puxaram um aumento desse tipo de óbito no Estado como um todo, que teve alta de 40% nos atropelamentos – de 107 casos em fevereiro de 2016 para 150 no mês passado.

Ainda segundo o Infosiga, o número de mortes no trânsito em 2016 caiu 15% na comparação com o ano anterior. Em janeiro de 2017, comparando com o mesmo mês de 2016, a queda foi ainda maior: 26%. No mês de fevereiro, no entanto, o ritmo de redução das mortes desacelerou e a cidade apresentou sua menor taxa de queda nas mortes desde que o Infosiga foi criado, em 2015, com uma diminuição de 3,9% nos acidentes fatais.

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Ao todo, no mês de fevereiro, 74 pessoas morreram em acidentes de trânsito na cidade, ante 77 no mesmo período de 2016 – o carnaval, um feriado prolongado que sempre dificulta comparações ocorreu no mês de fevereiro nos dois anos. Mas fevereiro do ano passado teve um dia a mais. Assim, a média nos dois períodos foi de 2,6 casos por dia.

Já o número de mortes no Estado como um todo ficou estável, com 415 registros em fevereiro de 2017 e 414 no mesmo mês de 2016. A média de 2016 foi de 440 mortes por mês e fevereiro havia sido, no ano passado, o mês com o menor índice de ocorrências.

Voltando à capital, o número de mortes de motociclistas teve pequena baixa: de 25 casos em fevereiro de 2016 para 21 no mês passado (16%).

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável por organizar e fiscalizar o trânsito da cidade, foi procurada para comentar o aumento dos atropelamentos na capital. Em nota, afirmou que não competia a ela comentar estudos feitos por outro órgãos. “Os dados do Infosiga são mais uma contribuição para a análise dos acidentes ocorridos na cidade de São Paulo”, diz a CET.

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