Morre Moise Safra, um dos fundadores do Banco Safra
Banqueiro sofria de Mal de Parkinson e estava internado no Hospital Albert Einstein
O banqueiro e empresário libanês Moise Yacoub Safra morreu na manhã deste domingo (15), no Hospital Albert Einstein, aos 79 anos. Moise sofria de Mal de Parkinson, doença que seu irmão Edmond tinha quando faleceu em um incêndio, em 1999, em Mônaco. Moise, um dos homens mais ricos do Brasil, com fortuna estimada em 2,2 bilhões de dólares, deixa a mulher, Chella Cohen Safra e cinco filhos. O enterro estava marcado para meio-dia no Cemitério Israelita do Butantã.
Nascido no Líbano, em 1935, Moise fundou junto com os irmãos Edmond e Joseph o Banco Safra. Em 2006, o empresário vendeu sua parte no banco ao irmão Joseph, por uma quantia avaliada em 2 bilhões de dólares. No ano passado, Moise voltou a aparecer no noticiário quando ao lado do bilionário chinês Zhang Xin adquiriu 40% de um edifício da General Motors em Manhattan. Apesar de discretos, o casal Moise e Chella estampavam com frequência as colunas sociais, quase sempre participando de eventos beneficentes. A construção do auditório do Hospital Albert Einstein, por exemplo, foi custeada por ele.
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A família Safra está no mercado financeiro desde o século 19, quando foi fundada a financeira Safra Frères, em Alepo, na Síria, instituição que financiava comerciantes e empresários da região. Em 1920, Jacob Safra fundou o primeiro banco do clã em Beirute, no Líbano. Após a Segunda Guerra Mundial, com a perseguição aos judeus no Oriente Médio, Jacob se mudou para o Brasil com a família e, junto com os filhos Edmond, Joseph e Moise, todos naturalizados brasileiros, fundou o banco Safra. Edmond, porém, ficou pouco tempo no país. Ele vendeu sua fatia no banco aos irmãos e ergueu o império financeiro da família no exterior. Em Genebra, na Suíça, fundou o banco Trade Development Bank, que anos mais tarde foi vendido à American Express. Viveu também em Nova York, onde criou o Republic National Bank of New York, que chegou a ser o 20o maior banco americano e foi vendido ao HSBC. O acordo ocorreu em maio de 1999, meses antes de o banqueiro morrer de forma trágica em seu apartamento em Monte Carlo, vítima de um incêndio criminoso. Com a morte de Edmond, os negócios internacionais do grupo Safra passaram a ser geridos por Joseph e seu filho mais velho, Jacob.
Repercussão
Cláudio Lottemberg, presidente do Hospital Albert Einstein
“Era um homem muito afetivo, uma pessoa dotada de uma sensibilidade instintiva, para quem a palavra amor era um exercício do cotidiano. Ele conseguia conciliar a visão de um empresário com a de um humanista. É uma perda muito grande. Moise era um grande doador do Einstein e eu o considerava meu conselheiro. Muitas vezes conversei com ele sobre questões do hospital e ele nos apoiava em todas as nossas obras.”
Rabino Henry Sobel
“Moise Safra foi o homem mais generoso que eu conheci na minha vida. Ele era bondoso, meigo, humilde e simples. Seu dinheiro não lhe subiu à cabeça. Era um amigo muito próximo. Ele tinha fineza, e tinha fineza de espírito. Estou realmente abalado e vou sentir muito a falta de Moise Safra, um homem insubstituível.”