Continua após publicidade

Ministério Público abre ação de improbidade administrativa contra Haddad e Tatto

Promotores querem ainda anulação dos contratos de construção da ciclovia entre o Ibirapuera e a Ceagesp; Prefeitura diz que ação tem viés político

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h38 - Publicado em 19 fev 2016, 16h24

O Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) entrou com uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, o ex-secretário do Verde, Ricardo Teixeira e o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, Valter Antonio da Rocha, além da empresa Jofege Pavimentação e Construção.

+ Os avanços relacionados a irregularidade das obras nas ciclovias

De acordo com os promotores Marcelo Milani e Nelson Sampaio de Andrade, houve irregularidade na construção de uma ciclovia em especial, a do trecho Ibirapuera-Ceagesp, de 12,4 quilômetros, que custou 54 milhões de reais. O caso foi noticiado em primeira mão em uma reportagem de capa de VEJA SÃO PAULO

O texto da ação mostra que foram assinados seis contratos com a mesma empresa, a Jofege Pavimentação e Construção, que não passou por concorrência pública, como manda a lei. A Jofege foi contratada por ata de registro de preços para “prestação de serviços pontuais de conservação em vias públicas”. “Burlaram a lei tentando fazer crer que a construção da ciclovia não se tratava de uma obra de engenharia. Fracionaram a execução do objeto em seis contratos”, escreveram os promotores. Os contratos são nos valores de 6 milhões, 8,2 milhões, 10,4 milhões, 15,7 milhões, 5,7 milhões e 8,5 milhões. 

Continua após a publicidade

+ Justiça diz que projeto de ciclovias não é “leviano nem ilegal”

Além disso, a promotoria aponta falhas na execução (como fissuras e tampas de bueira no meio da ciclovia) e denuncia a demolição e reconstrução de um trecho em perfeito estado, sem motivo aparente. 

“As ilegalidades supracitadas foram engendradas pelo prefeito Fernando Haddad (PT), como decorrência de sua fixação, como meta de governo, de implantar a todo custo e o mais rapidamente possível as ciclovias na cidade de São Paulo, mesmo que ao arrepio da legislação vigente”, diz o MPE. 

Continua após a publicidade

Justiça

Em julho do ano passado, a Justiça de São Paulo já havia decidido que o projeto de implantação de 400 quilômetros de ciclovias pela gestão Fernando Haddad (PT) deve continuar, após uma liminar que suspendia as obras na cidade. 

+ TJ manda retomar obras de ciclovias

Continua após a publicidade

Em sua decisão, o juiz da 1ª Câmara de Direito Público, Marcos Pimentel Tamassia, disse que a prefeitura comprovou que “a implantação do sistema cicloviário na cidade de São Paulo não está sendo feita a esmo e sem qualquer estudo, como quer fazer parecer o Ministério Público”. Tamassia destacou ainda em seu despacho que o projeto é “um dos mais importantes da atual gestão municipal”. 

Prefeitura de SP cria sala para informar custos de ciclovias

Em março, o Tribunal de Justiça também havia se manifestado a favor das ciclovias e contra o Ministério Público. “De início, o fundamento da decisão – falta de prévio estudo de impacto viário – não é o bastante, pelo menos, sem prévia oitiva do município, para se determinar a suspensão das obras. Isso porque não se pode equiparar a alegação de estudo deficiente, como quer o Ministério Público, à ausência completa de prévia avaliação do impacto”, escreveu o então presidente do TJ José Roberto Nalini (hoje secretário estadual de educação) em sua decisão.

Continua após a publicidade

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de São Paulo fez os seguintes comentários em comunicado enviado pela Secretaria de Comunicação:

– O fato de convocar a imprensa e distribuir a petição inicial antes de ajuizar a ação indica o viés político do promotor Marcelo Milani;

Continua após a publicidade

– O promotor teve atitude semelhante na ação civil pública sobre as multas de trânsito e produziu petição tão inconsistente que o juiz mandou que ele corrigisse a peça antes de prosseguir com o pleito. O promotor acabou perdendo o pedido liminar de improbidade em relação aos agentes públicos (prefeito e secretários) e nem sequer recorreu disso. Ou seja, queria apenas atacar a Prefeitura pela imprensa;

– Ainda em relação às multas, o promotor entrou com ação praticamente idêntica contra o Estado, mas não deu entrevista nem entrou com pedido de improbidade contra o governador e seus secretários (apesar de o juiz daquele caso também ter determinado a correção da inicial, que estava malfeita);

– Em relação a mais esta ação claramente política, a Prefeitura vai aguardar o recebimento oficial da peça para se manifestar, lembrando que todos os outros pleitos do MP contra as ciclovias foram rechaçados pelo Judiciário. Todos os processos dessa ciclovia estão em análise pelo Tribunal de Contas do Município.

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.