“Meu filho não era um viciado”, diz pai de Victor Hugo Santos
Laudo da polícia demonstra que jovem consumiu droga e se afogou na raia olímpica da USP; advogado questiona documento
Os pais do estudante Victor Hugo Santos – encontrado morto na raia olímpica da USP no dia 23 de setembro – saíram em defesa do filho nesta sexta-feira (17). “Ele não era um viciado”, disse José Marques Santos, em coletiva de imprensa no escritório do advogado Ademar Gomes. A afirmação foi feita após a divulgação do laudo que apontou o consumo de NBOMe, uma droga parecida com LSD.
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“Nunca sumiu nada de dentro da minha casa, ele não escondia nem as senhas do Facebook”, justificou o pai. Segundo ele, a família ficou surpresa ao saber pela imprensa o resultado do laudo. Para a mãe, as atitudes no dia a dia do jovem mostram que ele não era um usuário. “Ele tinha vinte anos, pode ter tido vontade de experimentar, ele tinha idade suficiente para saber o que estava fazendo”, disse Vilma Costa e Santos. “Se tomou isso, meu filho não sabia que ia morrer.”
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O advogado Ademar Gomes afirmou que o laudo é ineficaz porque não fala sobre consumo de bebidas – que os amigos afirmaram ter havido – e não dá explicações sobre os hematomas encontrados no corpo. “Não é conclusivo e não esclarece a verdade.” A investigação do caso ocorre em segredo de Justiça.
Após a divulgação do laudo, os pais de Victor Hugo não procuraram os amigos que estavam com o rapaz na festa para confirmar se ele realmente consumiu a droga. “A dor da perda de um filho é imensa. Não tivemos cabeça para isso”, disse José Marques.