Metade da população de SP vive insegurança alimentar, diz levantamento

Inquérito foi realizado entre maio e julho de 2024, e revelou que 1,4 milhão de pessoas vivem em domicílios com insegurança alimentar grave

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 dez 2024, 12h53
Inquérito aponta grau de insegurança alimentar em São Paulo
Inquérito aponta grau de insegurança alimentar em São Paulo (Antonio Cruz/Agência Brasil/Divulgação)
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A Câmara Municipal de São Paulo divulgou na quarta-feira (11) o resultado do 1º Inquérito de Segurança Alimentar do município de São Paulo. A pesquisa revelou que a metade da população da capital paulista vive, atualmente, com algum grau de insegurança alimentar, seja leve, moderada ou grave.

De acordo com a câmara, o levantamento foi realizado entre maio e julho de 2024, e revelou que 12,5% da população paulistana está em situação de fome, com 1,4 milhão de pessoas vivendo em domicílios com insegurança alimentar grave.

Além disso, outros 1,5 milhão de paulistanos (13,5%) residem em casas onde há insegurança alimentar moderada, e aproximadamente 2,8 milhões de pessoas (24,5%) vivem em situação de insegurança alimentar leve. Isso significa que mais de 5,8 milhões de pessoas, ou seja, pouco mais da metade da população paulistana que é de 11,45 milhões de habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), vivem em domicílios submetidos a algum grau de insegurança alimentar.

O inquérito, desenvolvido por uma parceria entre o Comusan-SP (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo), o Obsanpa (Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo), e pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da UFABC (Universidade Federal do ABC), foi realizado com 3.300 entrevistados em nove regiões da capital paulista.

“A gente destaca que essa fome, ela não se distribui de maneira homogênea pelo território, então, 70% dos domicílios em situação de fome estão nas áreas mais periféricas da cidade, mas, mesmo nas áreas centrais, há um número significativo de pessoas nessa situação. Então é um fenômeno que atravessa a cidade como um todo”, disse o geógrafo e professor da UFABC, José Raimundo Ribeiro, ao site da câmara.

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“A gente observou também que de todos que estavam em situação de insegurança alimentar grave, que é a situação de fome, apenas 30% recebiam o Bolsa Família, um benefício de complementação de renda. Então, precisamos olhar para as políticas públicas para dar acesso a alimento saudável para toda a população da cidade de São Paulo, principalmente, para aqueles que estão em situação de insegurança alimentar”, disse Luciana Yuki Tomita, professora e pesquisadora da Unifesp, ao site.

O levantamento é o primeiro a fornecer dados detalhados sobre a situação da insegurança alimentar na capital paulista, destacando a necessidade da criação de políticas públicas voltadas para a erradicação da fome no município.

“Essa pesquisa, ela utiliza uma escala que é a Escala Brasileira de Segurança Alimentar que vem sendo utilizada desde o início dos anos 2000 no Brasil para mensurar a quantidade de domicílios e pessoas em situação de fome. O IBGE sempre fez levantamentos de 2004 até hoje na escala nacional, que permitiram que a gente tivesse dados até o nível estadual. Ainda faltam dados para muitos municípios, então, para a gente, a gente vê como um avanço muito grande”, afirmou o o professor.

 

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