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Vendas e lançamentos imobiliários devem crescer até 10% neste ano

É o melhor índice desde 2013

Por Mariana Rosário [Colaborou Mariana Gonzalez]
24 ago 2017, 18h21

Com apartamentos encalhados e vendas escassas, os últimos anos foram um pesadelo para o ramo imobiliário paulistano. Com a taxa básica de juros nas alturas, chegando a 14,25% em 2015, algumas empresas tentaram remediar o prejuízo com descontos de 30%. Outras congelaram projetos até que a economia saísse do período de turbulência.

Aos poucos, no entanto, começam a aparecer alguns sinais de luz no fim do túnel. Segundo o SecoviSP, o sindicato da habitação, as vendas e os lançamentos na capital podem chegar à marca de 21 300 imóveis até o fim do ano. Caso as previsões se confirmem, o número vai representar uma evolução de 10% sobre o cenário registrado em 2016. “Ainda está longe do ideal, mas há uma recuperação”, analisa Flavio Amary, presidente da entidade. Trata-se do primeiro índice positivo em três anos.

Uma das novidades do setor, no bairro da Lapa, tornou-se bestseller da Cyrela. “Em um mês, vendemos 50% das unidades”, comemora o diretor de incorporação, Eduardo Leite. Os apartamentos, de até 81 metros quadrados, custam entre 350 000 e 700 000 reais. Ajudou no sucesso o fato de o empreendimento seguir duas tendências: a localização na Zona Oeste, região em expansão, e o padrão de dois quartos, o favorito do momento.

Eduardo Leite, diretor de incorporação da Cyrela: resultados positivos em 2017 (Leo Martins/Veja SP)

No segundo trimestre do ano, a empresa comercializou 35% mais unidades que no mesmo período de 2016. Quem também investe na recuperação é a construtora Vitacon, que trará oito lançamentos até o fim de 2017, cinco a mais que no ano passado.

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Uma de suas principais apostas é um singelo apartamento de 10 metros quadrados, por preços a partir de 99 000 reais. Já existem cerca de 150 interessados nos 77 estúdios na Vila Buarque. Por causa dos custos menos salgados, as quitinetes agradam em tempos de vacas magras.

Nem todos os especialistas se mostram tão confiantes na retomada. A Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) traz uma perspectiva mais conservadora. “O saldo deste ano deve seguir o mesmo ritmo de 2016”, diz o diretor Reinaldo Fincatti. Levam-se em conta, por exemplo, as instabilidades do cenário político.

A maioria dos empresários, no entanto, confia na manutenção dos números positivos, apoiada em fatores como a taxa básica de juros de 9,25%, a menor marca desde 2013. “Contam como pontos positivos ainda a intenção dos bancos de facilitar o financiamento e a tímida retomada do emprego”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP).

Outro empurrão: os corretores empenhados em vender as propriedades em estoque. “Tem gente dando desconto e aceitando permuta com outro imóvel para agilizar o processo”, explica Igor Freire, diretor de vendas da imobiliária Lello.

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Quando o mercado bombava na cidade, os preços bateram recordes. De 2012 para 2013 — o melhor período nos últimos tempos —, o valor médio do metro quadrado dos lançamentos paulistanos cresceu aproximadamente 18%, de acordo com a Embraesp. Com a freada econômica, houve uma queda. De 2015 para 2016, esse índice foi de apenas 0,4%.

Luciana e André: compra de usado depois de barganhar (Leo Martins/Veja SP)

Quanto aos imóveis usados, segundo levantamento da Lello, seu valor médio no primeiro semestre chegou a 650 000 reais, 100 000 reais a menos do que no período equivalente no ano passado. A designer Luciana Tenório, de 36 anos, e o marido, André Piovesan, 38, aproveitaram a fase para negociar bastante antes de trocar de casa. Em março, o casal investiu 850 000 reais em um espaço de três quartos no Paraíso. “Conseguimos um desconto de 19%”, comemora Luciana.

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