Marginais Pinheiros e Tietê devem ganhar 91 radares até 2012

Equipamentos fazem parte do Sistema de Supervisão e Informação das Novas Marginais, que inclui ainda a criação de uma central de operações

Por Manuela Nogueira
Atualizado em 29 dez 2016, 14h16 - Publicado em 15 out 2010, 23h04
Marronzinho- trânsito - 2187
Marronzinho- trânsito - 2187 (Mario Rodrigues/)
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Na semana passada, a Dersa, empresa responsável pela manutenção de estradas do estado, anunciou um pacote de novidades com o objetivo de melhorar o trânsito nas marginais Tietê e Pinheiros. Em dois anos serão instalados ali dezesseis semáforos para monitorar o acesso às pistas expressas, vinte câmeras de vídeo e 91 radares. Os equipamentos fazem parte do Sistema de Supervisão e Informação das Novas Marginais, que inclui ainda a criação de uma central de operações. Localizada numa base da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a central será responsável pelo controle do vaivém de veículos (de lá, técnicos poderão, por exemplo, ajustar o tempo de fechamento e abertura dos semáforos). Se o projeto sair mesmo do papel, São Paulo terá mais de 600 radares em 2012. Hoje, 519 desses aparelhos detectam infrações de rodízio, excesso de velocidade, invasão da faixa de ônibus e conversões proibidas. O número pode parecer alto, mas fica tímido quando comparado ao da região metropolitana de Londres, onde há 1 043 equipamentos do tipo. 

Medidas assim costumam causar irritação em alguns motoristas, que temem um possível aumento das multas. São, no entanto, fundamentais para garantir a segurança nas vias paulistanas. Segundo a CET, 1 382 pessoas morreram na capital por causa de acidentes de trânsito em 2009. O número é trágico, mas 5,5% menor que o de 2008. Para a companhia, um dos fatores que contribuíram para a redução das mortes foi a fiscalização mais intensa — no mesmo período, houve um crescimento de 25% na quantidade de radares espalhados pela cidade. Um relatório sobre prevenção de acidentes em estradas realizado em 2004 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta os radares como um dos métodos mais eficientes no combate ao problema.

No ano passado, 54% das multas de São Paulo foram registradas por aparelhos eletrônicos. “Um número maior de radares traz muitas vantagens”, afirma Nelson Maluf El-Hage, ex-presidente da CET e atual diretor de operações da Dersa. Ele explica que dessa forma os policiais militares e os agentes responsáveis pelas demais autuações ficam mais disponíveis para atividades como orientar os motoristas e organizar o trânsito. “Enquanto o marronzinho olha a placa de um carro e anota seu número, um monte de coisas erradas já aconteceu no cruzamento”, diz El-Hage. “Ele tem de estar preocupado com o trânsito de maneira geral, e não apenas com a infração.” É claro que a presença dos fiscais não pode ser dispensada. “ Os radares não conseguem detectar quem faz uma conversão sem dar seta, muda de faixa de maneira irresponsável ou usa o celular enquanto dirige”, explica o engenheiro Horácio Augusto Ferreira, que presta consultoria para a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). “Essas atitudes também podem causar acidentes.”

Além de contarmos com novos aparelhos, eles estão mais modernos. Desde novembro passado, os radares começaram a detectar infrações cometidas ao longo da madrugada. O excesso de velocidade sempre foi vigiado 24 horas por dia, porém há doze equipamentos recém-instalados com tecnologia para fazer imagens noturnas e, portanto, reconhecer o motorista que avança sinal vermelho, faz uma conversão proibida ou invade a faixa de pedestres após o pôr do sol. Outro recurso high-tech chama-se LAP (leitor automático de placas). Pelas ruas, existem 169 radares desse tipo, cuja função é identificar os veículos que tentam driblar o rodízio municipal e os caminhões que não respeitam a Zona Máxima de Restrição e Circulação.

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