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Marcos de Oliveira Casuo: o palhaço brasileiro de Alegría, do Cirque du Soleil

Em trupe de 55 artistas, Casuo é único brasileiro do elenco

Por Edison Veiga
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

O menino que passava as tardes se divertindo com as trapalhadas de Chaves e os esquetes da Escolinha do Professor Raimundo já sonhava ganhar a vida fazendo os outros rir. Só não imaginava que seria em um dos maiores circos do mundo. “Sempre tive vocação para palhaço”, conta Casuo. “Nas peças da Escola Estadual Vicente Leporace, em Santo Amaro, onde estudei, eu geralmente fazia o papel do tonto, do pateta.” Desde 2002, ele integra o elenco do Cirque du Soleil, grupo canadense que encanta o mundo com suas montagens impressionantes, atualmente em cartaz no Parque Villa-Lobos com o espetáculo Alegría.

Nascido em 1974, Marcos de Oliveira Casuo passou a infância em Interlagos e Santo Amaro, na Zona Sul da cidade. A partir dos 14 anos, trabalhou como office-boy, auxiliar de mecânico, estoquista de supermercado, frentista de posto de gasolina, garçom e caricaturista de um jornal de São Carlos. Na cidade do interior paulista, aliás, deu seus primeiros passos no picadeiro. “Mudei-me para lá com 17 anos”, diz ele. “O circo do Marcos Frota chegou precisando de um acrobata livre e desimpedido, que pudesse viajar com a trupe.” Para Casuo, o Grande Circo Popular do Brasil foi a sua universidade. “Minha relação com ele extrapolou o profissional”, afirma o ator Marcos Frota, fundador da companhia. “Sou um admirador de seu trabalho e tenho muito orgulho dele.”

Durante os nove anos que integrou o circo de Frota, Casuo aprendeu e viajou muito. “Conheci o país inteiro sem precisar pagar nada.” Em 2001, foi convidado para um teste promovido pelo Cirque du Soleil no Rio de Janeiro. “Eram mais de 100 candidatos e somente quinze foram aprovados”, lembra. Seis meses depois, chamaram-no para ir a Montreal, no Canadá, sede do grupo. Ali, fez um curso de formação geral, também seletivo. Como acrobata, treinava com outros quatro colegas. Mais seis meses e só ele foi escolhido. Estreou em 2002, no México. Mas seu projeto ainda não estava completo. “Queria ser palhaço e precisei convencer a direção do circo disso.” Dois anos depois ganhou o papel com o qual retorna a São Paulo. Na cidade, que não visitava fazia três anos, virou uma espécie de anfitrião do resto do elenco – seus 54 colegas são de catorze países. “Muitos gostam de andar de skate e querem conhecer o Parque do Ibirapuera”, afirma. “Terei de levá-los lá.” Até maio, enquanto dura a temporada paulistana, Casuo aproveita para rever família e amigos. Nesse tempo todo de circo, acostumou-se a não ter casa. Com as coisas pessoais na bagagem, mora de hotel em hotel. “Tenho duas pranchas de surfe que faço questão de levar para onde for”, diz.

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