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“Querem calar a minha voz”, afirma Villa, após afastamento da Jovem Pan

Rádio nega saída e fala em férias do historiador; "É inegável que houve um desrespeito ao meu trabalho", diz o jornalista

Por Matheus Prado
Atualizado em 29 Maio 2019, 15h15 - Publicado em 29 Maio 2019, 15h10

O jornalista e historiador Marco Antonio Villa diz ter sido afastado da rádio Jovem Pan na última sexta-feira (24). Em entrevista a VEJA SÃO PAULO, o apresentador do Jornal da Manhã afirma que sofria pressões da emissora para que deixasse suas funções havia pelo menos dois meses.

Villa conta que cedeu quando o vice-presidente José Carlos Pereira o encontrou pessoalmente na última semana para reforçar o pedido, que seria de Tutinha, presidente da empresa. O comentarista político alegou que o ambiente negativo estava afetando sua saúde.

Em nota lida pelo diretor de jornalismo da rádio, Felipe Moura Brasil, durante o programa Pingos Nos Is, a emissora nega que tenha demitido ou afastado Villa, que estaria de férias. O historiador rebate que essa versão é falsa. Assista ao comunicado:

Confira abaixo entrevista com Marco Antonio Villa:

VEJA SÃO PAULO: Como você recebeu a notícia do seu afastamento? 

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Marco Antonio Villa: Recebi a notícia na sexta-feira (24), depois do Jornal da Manhã. José Carlos Pereira (vice-presidente da emissora) me enviou uma mensagem dizendo que eu deveria aguardar por ele para conversarmos. Ele me falou, então, que havia uma exigência do Tutinha (presidente da JP) para que eu não comparecesse ao trabalho nos próximos trinta dias. Eles já estavam me pressionando havia dois meses, mas pedi que me enviassem a determinação por escrito.

VSP: Como foram estes momentos de pressão?

Villa: Eu não tenho como provar, então prefiro não falar muito. Mas digamos que não estavam satisfeitos com a minha leitura da atual conjuntura política. Na internet, os extremistas de direita me atacaram durante semanas exigindo minha demissão. Eu não sou moleque, tenho uma história. Marquei meu nome no jornalismo político e estou há quatro anos e meio na Jovem Pan.

VSP: O diretor de jornalismo da Jovem Pan, Felipe Moura Brasil, leu um comunicado ao vivo dizendo que você está de férias. Isso é verídico?

Villa: Eu desminto a versão de que eu solicitei férias. Nunca tirei férias, não iria fazer isso com o Brasil nesta situação. A empresa disse para o contratado, no caso eu, que não precisava dos seus serviços durante os próximos trinta dias devido a readequações internas. Estava sendo muito pressionado para aceitar essa determinação. Estava dormindo mal, não estava passando bem, então decidi acatar.

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VSP: Dá para dizer, então, que foi uma decisão política?

Villa: Eu não posso dizer que o Jair Bolsonaro pediu minha demissão, isso eu não sei. Mas claramente tem um lado político, querem calar a minha voz. Não me dobro, nunca me dobrei. A minha ação é sempre a mesma. Tenho uma visão de mundo e de Brasil, minha leitura se mostra sempre crítica da conjuntura.

VSP: Te incomodava a postura da Jovem Pan em relação ao atual governo?

Villa: Não me incomodava porque não me desviei do meu caminho. Mantive minha análise independente. Da mesma forma que eu critiquei os governos do PT, estou criticando o governo Bolsonaro.

VSP: Quais serão seus próximos passos? Pensa em voltar à Jovem Pan?

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Villa: Estou trabalhando para potencializar minhas redes sociais, postando sete vídeos e comentários por dia. Tenho recebido muito apoio, centenas de mensagens. Meu retorno está na carta como 24 de junho, dia de São João. Mais não sei se vou pular fogueira ou não. Estou pensando, refletindo. É inegável que houve um desrespeito ao meu trabalho.

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