Marcelo Médici encarna nove tipos em sua nova peça
Ator reafirma sua versatilidade na comédia "Eu Era Tudo pra Ela e Ela Me Deixou", em cartaz no Teatro Faap
Popularizado pela novela “Belíssima” (2006) na pele do gago Fladson, o ator Marcelo Médici viu seu solo “Cada Um com Seus Pobrema” ser aplaudido por 200.000 espectadores. Não se acomodou nesse sucesso e, em 2008, remontou ao lado do ator Cassio Scapin o clássico “O Mistério de Irma Vap”, revivendo o espetáculo consagrado por Marco Nanini e Ney Latorraca na década de 80. Com a nova comédia Eu Era Tudo pra Ela e Ela Me Deixou, Médici une a experiência dos dois trabalhos e mais uma vez prova seu talento e versatilidade ao se desdobrar em nove tipos. A aptidão para compor personagens diversos (masculinos, femininos e de idades e perfis variados) encontra apoio na impressionante rapidez com que ele realiza as trocas de roupas e alterna os registros vocais.
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Escrita por Emilio Boechat, a trama mostra de forma original o conflito de um casal, partindo do fim do relacionamento. Depois de dez anos, Samuel (o ator Ricardo Rathsam) é surpreendido com o pedido de divórcio de sua amada Dóris (o próprio Médici). O marido abandonado busca inutilmente amparo na mãe e nos amigos. Vagando pelas ruas durante uma madrugada, cruza com um bêbado, um criminoso e uma impagável prostituta gaúcha, entre outras figuras, todas interpretadas por Médici. A direção de Mira Haar consegue a proeza de equilibrar os atores. Rathsam convence na defesa do difícil papel, principalmente em comparação ao carisma do parceiro. Se o frenético desfile de personagens no palco já garante a diversão, a presença sombria de Rathsam insere uma melancolia capaz de limar qualquer superficialidade da montagem.
Avaliação ✪✪✪